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Especialistas descartam chances de Trump ganhar Nobel da Paz

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Uma coisa está praticamente garantida em relação ao Prêmio Nobel da Paz deste ano: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não será o vencedor, apesar de seu desejo. Mas quem será o premiado?

O Comitê Norueguês do Nobel anunciará o ganhador na sexta-feira (10), às 11h (6h em Brasília), em Oslo.

O cenário global é preocupante: o número de conflitos armados envolvendo pelo menos um país está no nível mais alto desde 1946, segundo dados da Universidade de Uppsala, na Suécia.

Trump afirma merecer o prêmio por resolver oito conflitos, mas especialistas acreditam que ele não será o escolhido este ano.

“Não, este ano não será Trump“, afirmou à AFP o professor sueco Peter Wallensteen, especialista em assuntos internacionais.

“Talvez no próximo ano, quando as iniciativas dele estiverem mais claras, inclusive sobre a crise em Gaza”, acrescentou.

Alguns especialistas consideram exageradas as afirmações de Trump como pacificador e estão preocupados com as consequências da sua política de “Estados Unidos primeiro”.

“Além da tentativa de negociar a paz para Gaza, vimos políticas contrárias às intenções do testamento de Alfred Nobel, que preza pela cooperação internacional, fraternidade entre nações e desarmamento”, disse Nina Graeger, diretora do Instituto de Pesquisa para a Paz de Oslo (PRIO).

Trump retirou os EUA de organizações e acordos internacionais, iniciou guerras comerciais, ameaçou a Groenlândia, mobilizou a Guarda Nacional internamente, e restringiu liberdades acadêmicas e de expressão com processos contra a imprensa.

Há várias ações dele que não correspondem aos ideais do Nobel da Paz.

“Consideramos o panorama completo”, explicou Jorgen Watne Frydnes, presidente do comitê do prêmio.

“O principal que observamos é a contribuição para a paz”, destacou.

Este ano foram indicadas 338 pessoas e organizações, sendo a lista mantida em sigilo por 50 anos.

Origem das indicações inclui legisladores, governantes, premiados anteriores e acadêmicos.

Entre os homenageados está o grupo japonês Nihon Hidankyo, sobreviventes da bomba atômica, pelos esforços antinucleares.

Sem favoritos claros, nomes como as Salas de Resposta a Emergências do Sudão — voluntários que ajudam em crises de guerra e fome — e Yulia Navalnaya, viúva do crítico do Kremlin Alexei Navalny, ganham destaque.

As recentes escolhas indicam uma volta a temas mais próximos da paz tradicional, incluindo direitos humanos, democracia, liberdade de imprensa e direitos das mulheres, segundo Halvard Leira, diretor do Instituto Norueguês de Assuntos Internacionais.

“O palpite é por um indicado menos controverso neste ano”, apontou.

O comitê pode também reforçar seu compromisso com a ordem mundial ameaçada, concedendo o prêmio ao secretário-geral da ONU, António Guterres, ou a uma agência da ONU como a UNRWA, que apoia refugiados palestinos.

Outras potenciais escolhas incluem a Corte Internacional de Justiça, o Tribunal Penal Internacional ou organizações de defesa da liberdade de imprensa como o Comitê para a Proteção dos Jornalistas ou Repórteres Sem Fronteiras.

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