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Esperança renasce com possível retorno de reféns em Tel Aviv

Dezenas de milhares de israelenses se reuniram neste sábado (11) em Tel Aviv diante de um telão que marca os 735 dias desde que o Hamas tomou os reféns e os levou para Gaza em 7 de outubro de 2023 — e, pela primeira vez, a população demonstra esperança de que o cessar-fogo possa encerrar esse sofrimento.
Einav Zangauker, mãe do refém Matan Zangauker, de 25 anos, declarou com emoção: “Sinto uma emoção imensa, não tenho palavras para descrever — para mim, para nós, para todo Israel, que deseja o retorno dos reféns e aguarda ver todos de volta”.
Zangauker assegurou que as famílias continuarão “lutando e clamando até que todos estejam em casa”.
Zairo Shachar Mohr Munder mencionou: “Finalmente temos esperança, mas a batalha não para aqui”.
Os restos mortais de seu tio Abraham Munder — sequestrado durante o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 — foram encontrados pelo Exército israelense em agosto na Faixa de Gaza.
“É fundamental que todos retornem, vivos ou falecidos”, afirmou Munder durante o evento promovido por um grupo de familiares dos reféns.
Na Praça dos Reféns, no centro de Tel Aviv, muitos usavam camisetas com fotos dos reféns ainda presos em Gaza, que podem ser liberados em breve.
Israel e Hamas firmaram um acordo na quinta-feira para um cessar-fogo em Gaza, baseado em uma proposta feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump — um passo crucial para concluir dois anos de guerra que devastou a região.
Donald Trump, um protagonista
O cessar-fogo, iniciado na sexta-feira às 09h00 GMT (6h00 em Brasília), prevê a liberação dos 48 reféns mantidos em Gaza: 47 sequestrados em 7 de outubro (27 já faleceram), além dos restos mortais de um soldado israelense morto em 2014 em conflito anterior.
Após o retorno dos cativos, Israel compensará libertando cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, conforme o acordo inicial do cessar-fogo assinado por ambas as partes.
Efrat Machikawa, sobrinha de Gadi Moses, libertado após 482 dias de cativeiro, declarou: “Donald Trump, o senhor entrou para a história”.
Bandeiras americanas foram vistas lado a lado com as israelenses na praça.
De repente, a multidão se animou ao pensar ter reconhecido o emissário americano, aclamando com gritos de “Thank you, Trump!”.
Mencionando o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ouviam-se vaias, enquanto o nome de Trump despertava gritos de admiração.
Sentimentos variados
Benjy Maor relata ambivalência sobre o momento.
Este israelense-americano participa de marchas semanais há dois anos em apoio “às famílias dos reféns” e para pedir o término da guerra.
Ele declarou: “Percebemos um lampejo de otimismo. Apesar da alegria gerada pela perspectiva da libertação, vivemos um período de muita complexidade”.
Maor acrescentou que, enquanto algumas famílias poderão realizar funerais para entes queridos desaparecidos há dois anos, outras terão motivos para comemorar o retorno de familiares vivos.

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