Esposa afirma que Thiago Ávila recusou assinar carta de deportação em Israel

A esposa do ativista brasiliense Thiago Ávila, que está preso em Israel, declarou em entrevista para a Al Jazeera no domingo (5/10) que o marido não aceitou assinar um documento de deportação apresentado pelas autoridades israelenses.

Lara Souza revelou que obtém informações diretamente de um advogado responsável pela defesa dos detidos na flotilha.

“O advogado dele me contou que ele recusou assinar a carta de deportação, pois nela estaria admitindo o delito de entrada ilegal em Israel”, explicou Lara.

Ela também comunicou ao veículo árabe que Thiago foi conduzido ao tribunal israelense, mas ainda espera a decisão da justiça local. “Não vamos desistir, vamos romper o bloqueio e garantir o retorno de todos para suas casas”, completou.

Em contato com o Metrópoles, a esposa mencionou que “não há relatos de brasileiros deportados”, e que “não foi permitida comunicação” com seu esposo.

Deportação de ativistas

Após a expulsão de 171 ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, na segunda-feira (6/10), Thiago Ávila e outros 12 brasileiros seguem detidos em Israel.

O grupo, chamado Global Sumud Flotilla, buscava criar um corredor humanitário até Gaza, navegando em várias embarcações.

Segundo informações divulgadas pela coluna Grande Angular, Thiago comunicou às autoridades que pararia de consumir água até que fossem entregues medicamentos essenciais para os integrantes da flotilha.

O ativista também anunciou que iniciaria uma greve de fome junto a outros brasileiros, como João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles.

Interceptação da flotilha

Israel interceptou mais de 40 barcos da Global Sumud, que tinham a missão de levar ajuda humanitária a Gaza.

A embarcação “Marinette”, última da frota, foi abordada no dia 4 de outubro, a aproximadamente 68 km de Gaza, conforme comunicado oficial.

Mais de 400 ativistas a bordo de 41 navios foram detidos, entre eles pelo menos 13 brasileiros.

Na sexta-feira (3/10), os brasileiros receberam visita de representantes diplomáticos do Brasil, e as autoridades informaram que eles estão em bom estado de saúde.

Brasileiros detidos e protestos

Treze brasileiros permanecem detidos na Prisão de Ktzi’ot em Israel, dentre eles Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, a vereadora Mariana Conti (PSOL-SP), Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Gabriele Tolotti, Mohamad El Kadri, Lucas Gusmão, a deputada Luizianne Lins (PT-CE), João Aguiar e Miguel Castro.

Manifestantes de diversas regiões do Brasil planejam realizar protestos ao longo desta semana contra a detenção dos ativistas.

Na capital federal, estão previstos dois atos nesta terça-feira (7/10): o primeiro ocorrerá próximo à Embaixada dos Estados Unidos, às 9h30; e o segundo será em frente ao Itamaraty, às 11h.