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Estados Unidos atacam para proteger corruptos, diz Haddad

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, declarou neste sábado que as ações do governo de Donald Trump contra o Brasil têm uma motivação política clara. Sem mencionar diretamente a família Bolsonaro, ele destacou que as mensagens trocadas entre o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro reveladas pela Polícia Federal indicam que o verdadeiro intuito da pressão dos EUA é proteger os envolvidos em atos ilegais.
Haddad participou por videoconferência do encontro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), em Brasília, onde o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também destacou críticas ao aumento tarifário imposto por Trump às exportações brasileiras.
O ministro reafirmou o interesse do Brasil em manter uma relação comercial saudável com os EUA, buscando negociações respeitando a autonomia dos poderes e a soberania nacional.
“Tive uma reunião na Califórnia com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, e as negociações estavam avançando bem até surgir essa reação hostil inesperada, fruto da ação de grupos de extrema direita brasileiros que nada têm de patriotas. As mensagens revelam que o único objetivo é proteger os corruptos, não havendo outra finalidade para essa hostilidade que não seja o fortalecimento da extrema direita no Brasil”, afirmou Haddad.
Ele referiu-se às conversas entre Jair Bolsonaro e seu filho Eduardo, que está nos Estados Unidos, tentando influenciar o governo Trump a impor sanções ao Brasil e seus representantes políticos. Mensagens divulgadas recentemente pela Polícia Federal mostram diálogos sobre o uso das tarifas para pressionar por uma anistia direcionada ao ex-presidente e seus aliados.
Em uma mensagem enviada em 7 de julho, no mesmo dia de uma crítica feita por Trump a processos contra Bolsonaro, Eduardo mencionou uma “anistia leve” que beneficiaria apenas parte dos envolvidos no incidente de 8 de Janeiro, mas indicou que uma medida mais ampla seria necessária para beneficiar o ex-presidente. Ele destacou que, sem essa anistia, o apoio americano cessaria.
Haddad enfatizou que o Brasil nunca cogitou renunciar à parceria com os EUA, mas rejeita as condições atualmente impostas.
“Dialogamos com todos os governos e o presidente Lula mantinha excelentes relações com presidentes americanos, independentemente do partido. Sempre mantivemos uma postura firme e soberana no trato de questões conjuntas. O governo Trump é temporário, mas Brasil e EUA são nações permanentes”, explicou o ministro.
O vice-presidente Alckmin reafirmou a disposição do Brasil para negociações comerciais e criticou o aumento tarifário por falta de justificativa econômica válida.
Durante o evento, Alckmin foi aplaudido ao reconhecer sua inclinação política e destacou que a administração atual superou a anterior em vários aspectos, sem citar nomes.
Ele declarou: “O presidente Lula e nós evitamos um golpe. Se os adversários tentaram um golpe ao perder as eleições, imagine o que teria acontecido se tivessem vencido”.

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