Estela antiga desaparece da necrópole de Saqqara

Uma estela milenar com inscrições de mais de 4.000 anos sumiu misteriosamente da necrópole de Saqqara, conforme informado pelas autoridades do Egito, algumas semanas após o furto de um bracelete de ouro antigo no Museu do Cairo.

O Ministério das Antiguidades egípcias comunicou o desaparecimento de uma estela da tumba de Khenti Ka no sítio arqueológico de Saqqara, próximo ao Cairo, e anunciou o início de uma investigação.

Essa estela estava localizada em uma tumba da sexta dinastia (2345-2181 a.C.), descoberta na década de 1950 e fechada em 2019.

O desaparecimento acontece depois que quatro pessoas, incluindo uma restauradora do Museu do Cairo, foram detidas em setembro pelo roubo de um bracelete de aproximadamente 3.000 anos, que foi vendido por 3.400 euros e logo depois foi fundido em uma oficina local.

O bracelete de ouro, decorado com pérolas de lápis-lazúli, pertenceu ao reinado de Amenemope, faraó da 21ª dinastia (1070-945 a.C.), e tinha sumido do cofre de segurança no laboratório de restauração do museu, segundo as autoridades.

A investigação indicou que o bracelete foi roubado, vendido para diversos intermediários e, por fim, derretido junto com outras joias, de acordo com o Ministério do Interior.

Segundo a legislação egípcia, a destruição de antiguidades pode levar até sete anos de prisão e multa de dois milhões de libras (aproximadamente R$ 223.400). O roubo para contrabando pode resultar em prisão perpétua.

Esses incidentes, tanto na necrópole de Saqqara quanto no Museu do Cairo, ocorreram poucas semanas antes da abertura oficial do novo Grande Museu Egípcio (GEM) em 1º de novembro, nas proximidades das pirâmides de Gizé, Cairo, que teve vários adiamentos.

Este museu, que custou cerca de 1 bilhão de dólares (R$ 5,32 bilhões), exibirá mais de 100.000 artefatos, dos quais mais da metade estarão acessíveis ao público. A principal atração será a extenso acervo do rei Tutancâmon, composto por mais de 5.000 peças.