A lista de candidatos para abrigar vida fora da Terra acaba de ganhar mais dois nomes. Um grupo internacional de astrônomos descobriu quatro planetas (dois deles que estão na “zona habitável”) orbitando a já conhecida estrela tau Ceti, localizada a 12 anos-luz do Sol (cada ano-luz equivale a 9,46 trilhões de quilômetros). Como descrevem os cientistas em um comunicado divulgado nesta quarta-feira, de todas as estrelas semelhantes ao Sol que existem no espaço, o astro que deu origem à descoberta é o mais próximo da Terra.
O detalhe mais importante, segundo os astrônomos, é o fato de que dois desses planetas identificados são super-Terras (planetas com massa maior do que a da Terra e menor do que a de Júpiter) e encontram-se a uma distância de tau Ceti suficiente para suportar água líquida em sua superfície. É essa distância que define a zona habitável de uma estrela – e que aumenta a probabilidade de encontrar vida nos planetas ou, eventualmente, de realizar uma colonização humana no futuro.
Os astrônomos detectaram os exoplanetas (planetas fora do sistema solar) ao observar pequenas ondulações no movimento de tau Ceti. As variações eram tão sutis quanto 30 centímetros por segundo, bem próximo do mínimo necessário para identificar um planeta ou lua com condições ambientais análogas à Terra, que é de 10 centímetros por segundo. “Estamos ficando tentadoramente perto de observar os limites necessários para detectar planetas parecidos com a Terra”, disse o astrônomo Fabo Feng, pesquisador da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido. “Nossa detecção de ondu ações tão fracas é um marco na busca de [planetas] análogos ao nosso e na compreensão da habitabilidade da Terra por meio de comparações com eles.”
Pesquisadores consideram as estrelas semelhantes ao Sol os melhores alvos para procura de planetas habitáveis do tamanho da Terra. Tau Ceti é muito parecida com Sol em seu tamanho e brilho, e ambos possuem sistemas multi-planetários. Se os dois planetas externos em torno de tau Ceti forem rochosos e habitáveis, como os astrônomos esperam ser, a estrela poderia ser um alvo ideal para colonização interestelar.
Os autores do estudo, que ainda aguarda publicação no periódico Astronomical Journal, no entanto, afirmam que há um disco de detritos maciços em torno da estrela, e isso provavelmente reduz a habitabilidade atual dos planetas, devido ao bombardeio intenso por asteroides e cometas.
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