Estudantes realizam terceiro ato em São Paulo contra cortes no passe livre

No início de julho, a Prefeitura anunciou a redução das horas de uso e do número de viagens do benefício para economizar R$ 70 milhões até o final do ano. Agora, o estudante pode fazer quatro viagens durante duas horas e, em outro período do dia, mais quatro viagens durante duas horas. Antes eram 8 viagens ao longo de 24 horas. O corte entrou em vigor nesta terça-feira (1°), quando estudantes relataram ter tido problemas para abastecer e usar o passe.

Durante a caminhada nesta quinta, estudantes queimaram catracas de papelão em sinal de protesto. A Polícia Militar acompanhou todo o ato. Ao final da manifestação, um grupo chegou a pular as catracas da estação da CPTM Cidade Jardim, mas não houve depredação, segundo informou a assessoria de imprensa da CPTM

Na manifestação, convocada pelo Movimento Passe Livre (MPL) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE), os manifestantes planejavam entregar ao prefeito o “Troféu Catraca”, que, segundo eles, “reconhece a defesa dos interesses dos empresários do transporte”.

Quando os estudantes seguiam em direção à casa de Doria, motos da PM acompanhavam e viaturas se colocaram em frente à multidão. Os manifestantes chegaram a sentar no chão da rua quando passavam pelo cruzamento da avenidas Rebouças e Faria Lima. Eles também pararam para pular sobre réplicas de catracas em chamas.

Este é o terceiro ato contra a medida neste ano. No dia 12, os manifestantes percorreram as ruas do Centro, próximas a sede da Prefeitura. Houve confusão e quatro pessoas foram detidas. No dia 18, o ato ocorreu uma manifestação entre as avenidas Paulista e Nove de Julho.

Os manifestantes reivindicam pelo que chamam de “direito à cidade” e protestam contra a perda do direito do passe livre, conquistado em 2015, junto à gestão do ex-prefeito Fernando Haddad. Os manifestantes argumentam que o passe estudantil custa menos de 2% do que é gasto no sistema de transporte.