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Etiópia lança maior usina hidrelétrica da África

A Etiópia inaugurou na última terça-feira, dia 9, a Grande Barragem do Renascimento (GERD), localizada no rio Nilo. Esta obra é considerada a maior planta hidrelétrica do continente africano e tem causado tensões com países vizinhos.
Iniciada em 2011, a construção da barragem custou cerca de 4 bilhões de dólares (21,6 bilhões de reais). A estrutura possui 1,8 quilômetro de extensão e 145 metros de altura, com a capacidade para reter até 74 bilhões de metros cúbicos de água.
Para a Etiópia, que é o segundo país mais populoso da África e onde aproximadamente 45% da população de 130 milhões não tem acesso à energia elétrica, a GERD representa uma mudança significativa no setor de energia, conforme especialistas.
O país também se destaca como um dos principais promotores do uso de veículos elétricos no continente, sendo a primeira nação no mundo a proibir, no começo de 2024, a importação de carros com motor a combustão.
O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, declarou que a barragem é uma grande realização não só para a Etiópia, mas para todas as pessoas negras.
Ele enfatizou ainda que para os países rio abaixo, a construção da GERD é um exemplo positivo e garantiu que isso não prejudicará o desenvolvimento dessas nações.
No entanto, países como Sudão e Egito criticam a barragem, temendo que a obra reduza o volume de água essencial para suas atividades, especialmente a agricultura.
O governo egípcio classificou a barragem como uma ameaça grave para seus 110 milhões de habitantes, já que o Egito depende em 97% do Nilo para suprir suas necessidades hídricas. O presidente Abdel Fatah al Sisi afirmou que o país usará todos os meios legais para proteger sua segurança hídrica.
O Sudão também expressou preocupação e reafirmou sua oposição a qualquer ação unilateral no rio Nilo Azul, em conjunto com o Egito.
Quando estiver totalmente operante, a barragem terá capacidade para gerar 5.000 megawatts (MW) de energia, o dobro da produção atual da Etiópia.
A GERD também permitirá que a capital, Adis Abeba, obtenha receitas significativas com a venda de energia elétrica para países vizinhos, com projeções de lucro que podem alcançar 1 bilhão de dólares (5,42 bilhões de reais) anualmente, conforme informado por Abiy Ahmed.

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