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‘Eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado’, diz Dilma

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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (13), durante encontro com representantes de movimentos sociais no Palácio do Planalto, que é preciso ter respeito ao resultado da eleição e ao adversário. Segundo ela, se não houver respeito ao “resultado do jogo”, não se pode “entrar no jogo”.

O encontro fez parte de uma estratégia que o governo passou a adotar em busca de apoio em meio aos mais baixos índices de popularidade desde que Dilma assumiu o governo.

Durante o evento, a plateia entoou gritos de apoio à presidente como “Não vai ter golpe!”; “Fica Dilma!”; “No meu país eu boto fé porque ele é governado por mulher”, além de “Olê, olê, olá! Dilma, Dilma!” e gritos contra o “terceiro turno”. Parte dos convidados também hostilizou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy: “Fora já, fora daqui, o Eduardo Cunha junto com o Levy”.

“O melhor jeito de honrar [a democracia] é entender essa conquista imensa que tivemos na nossa sociedade. É entender que a democracia é algo que temos de preservar custe o que custar. A tolerância, o respeito e outra coisa que acho interessantíssima, que a gente tem de ter, que é o respeito ao adversário. Respeitar o adversário não é ficar agradando não. É o seguinte: eu brigo até a hora do voto; depois eu respeito o resultado da eleição”, afirmou a presidente.

“Respeite o resultado. E respeite o adversário. Respeite e honre seu adversário. Porque se você não respeitar o resultado do jogo, você não pode entrar no jogo”, complementou Dilma, citando uma carta enviada a ela pelo Papa Francisco.

Apoio social
Após o evento, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, afirmou que o objetivo dos encontros da presidente com os movimentos sociais é fazer com que a popularidade da presidente e o apoio social aumentem. Na avaliação do petista, quem está no governo deve saber conviver com momentos tanto de melhor quanto de menor aprovação.

Integrante da coordenação política do governo, ele avaliou também que o tom mais “firme” da presidente nos discursos que tem feito desde a semana passada, em defesa da democracia e do respeito ao voto, mostra o compromisso dela com a Constituição.

“É uma conduta firme da presidenta da República, eleita democraticamente pelo povo brasileiro, integralmente comprometida com a defesa da Constituição, da legalidade brasileira, da legalidade democrática e com a defesa dos compromissos assumidos junto ao povo brasileiro”, disse.

Economia
No evento, Dilma afirmou que o Brasil não tem de ser a “sétima economia do mundo”. “Temos de ser a sétima nação”, afirmou. “E eu não estou aqui pra resolver todos os problemas este ano. Estou aqui pra resolver todos os problemas e entregar este país muito melhor no dia 31 de dezembro de 2018.”

A presidente admitiu, em diversos momentos, que o país passa por dificuldades na economia e que, por isso, o governo terá de escolher em quais áreas investir “para não haver retrocesso”.

“O governo tem de fazer economia, sim. Tem que fazer. Não tem essa conversa de que o governo vai sair gastando como nós gastamos em momento que tínhamos mais dinheiro. É igual família: o dinheiro vai para aquilo que é mais importante pra não ter retrocessos, para que a população que mais sofre nesse país tenha as melhores condições de vida neste país”, ressaltou Dilma.

 Movimentos sociaisDurante o evento, os representantes dos diversos movimentos fizeram discursos em defesa da democracia e “contra o golpe”.

Em nome da Central Única dos Trabalhadores (CUT), o presidente da entidade, Vagner Freitas, disse que “se vende no Brasil intolerância e preconceito”.

“E nós iremos entrincheirados e de arma na mão se tentarem derrubar a presidenta. […] Nós seremos o exército que vai enfrentar a burguesia nas ruas e não vai ter golpe. […] Esse povo que está aqui tem condição de enfrentar os coxinhas nas ruas”, afirmou (veja no vídeo abaixo).

Horas após a declaração, Vagner Freitas entrou afirmou que “as pessoas estão pegando uma frase no meio de um discurso”, mas que não estava incitando a violência. “É a arma da palavra, do convencimento, da organização dos trabalhadores, de uma greve, de mobilização, de debate de ideais. É nesse sentido que falei em pegar em armas. Obviamente, que não falava em violência. Nós, na verdade, sempre somos vítima da violência contra trabalhadores e latifundiários”, declarou.

 

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