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“Eu tenho provas”, diz presidente do Sindisaúde-DF sobre suposta propina ao GDF

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PAULO VICTOR LAGO

PAULO VICTOR LAGO

“O governador tem um grande desafio pela frente. Ele deve se preocupar não somente em explicar, mas convencer, porque está claro que existe uma propina”, disparou a presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do DF (Sindsaúde-DF), Marli Rodrigues, em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília, às vésperas do depoimento que dará à CPI da Saúde, na Câmara Legislativa do DF.

“Eu tenho provas”, garantiu Marli, que está no olho do furacão da denúncia de que haveria esquema de pagamento de propina em contratos firmados pelo Governo do DF. O material que ela diz ter será apresentado aos deputados distritais amanhã.

Marli e Santana prestarão depoimento amanhã ao colegiado que investiga irregularidades na Secretaria de Saúde do DF. Ela, convocada, depõe pela manhã. Ele, convidado, à tarde. A sindicalista gravou o vice-governador Renato Santana, que diz saber da cobrança de 10% em contratos da Secretaria de Fazenda. A conversa foi revelada em reportagem de Ary Filgueiras, na revista IstoÉ desta semana.

Antes, Marli havia pedido que o depoimento dela fosse fechado, mas, ontem à noite, disse que falará à comissão “em sessão aberta ou fechada”. E que esta escolha ficará a critério dos parlamentares.

Ela negou que o pedido de privacidade foi feito por medo: “Desde que entrei nessa investigação, minha única preocupação tem sido com a vida dos pacientes que agonizam nos hospitais sucateados”.

Menos poder

A sindicalista explica que, antes de persegui-la e desqualificá-la, Rodrigo Rollemberg deve se preocupar em convencer a população de que apurou as denúncias do suposto esquema de propina, já que o vice garante que reportou a ele assim que soube da cobrança. “Estou numa posição muito inferior à dele, quando se trata de poder, de artilharia”, argumentou Marli, que já havia dito ao JBr. que teme pela própria segurança e da família. “Sou mãe de nove filhos”, disse.

O Distrito Federal, diz Marli, “é um navio de um comandante só”. Ela disse que percebeu, na conversa com Renato Santana, que o vice-governador estava muito angustiado, “por saber de algumas coisas e não ter como reagir”.

O que motivou Marli a fazer as gravações foi a indignação, ela contou. “Morrer onde existe SUS não é normal”, advertiu a sindicalista, para quem a corrupção também não deve ser considerada normal.
Vice disponível

Renato Santana foi procurado pela reportagem para comentar o convite, mas não retornou as ligações. Do mesmo partido do vice-governador e membro da CPI, o deputado distrital Cristiano Araújo (PSD) disse ontem que tem conversado com o vice-governador. “Ele disse que está seguro e à disposição da CPI e que poderia falar até mesmo nesta terça-feira”, assegurou, depois de afirmar que a comissão está cumprindo o papel para esclarecer os fatos com a maior celeridade possível. Colaborou Francisco Dutra

Fonte: Jornal de Brasília

 

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