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EUA apoiam discretamente plano de Israel para Gaza

Para Donald Trump, a decisão sobre a Faixa de Gaza cabe exclusivamente a Israel, e por isso parece que Washington oferece seu apoio, ainda que de forma sutil, ao plano israelense de intensificar a ofensiva contra o Hamas no território palestino.
Diversas capitais europeias e árabes têm pedido a Benjamin Netanyahu que reconsidere a estratégia de assumir o controle da cidade de Gaza, mas Trump deixou claro recentemente seu sinal verde ao primeiro-ministro israelense, mesmo que isso gere oposição da comunidade internacional.
Após quase dois anos do conflito devastador, o conselho de segurança de Israel aprovou o plano de Netanyahu para derrotar o Hamas, grupo islamista palestino que iniciou a guerra em Gaza com o ataque em 7 de outubro de 2023 ao sul de Israel.
Antes do anúncio oficial de Israel, ao ser questionado por jornalistas na Casa Branca se apoiaria o plano de ocupação, Trump se limitou a dizer que estava concentrado em aumentar a ajuda humanitária à Gaza, onde a crise alimentar é crítica.
“Quanto ao restante, não posso dizer; isso depende bastante de Israel”, declarou o ex-presidente.
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, acompanhou essa posição declarando à emissora católica EWTN que a segurança de Israel será decidida pelo próprio país.
Essas declarações expõem a tática dos EUA: após o fracasso das negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas, Washington tem alinhado sua postura com Israel, especialmente depois da recente visita do representante americano ao Oriente Médio, Steve Witkoff.
Embora os detalhes do encontro entre Witkoff e Netanyahu não tenham sido divulgados, é provável que o enviado americano tenha sido informado dos planos israelenses.
Eliminação do Hamas
Enquanto os EUA pressionam por mais ajuda humanitária para Gaza, também exigem a libertação de todos os reféns israelenses mantidos pelo Hamas e a completa eliminação do grupo.
O vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, afirmou recentemente em conversa com o secretário britânico de Relações Exteriores, David Lammy, que o objetivo é impedir futuros ataques do Hamas a civis israelenses, o que só seria possível erradicando totalmente o grupo.
Desde seu retorno à presidência em janeiro, Trump tem oferecido forte apoio a Israel, mas aparenta ter desistido de buscar um cessar-fogo após repetidas tentativas frustradas de mediação, especialmente depois que o Hamas rejeitou um acordo de libertação de cativos em Doha no mês passado.
Atualmente, o Hamas mantém 49 reféns israelenses, dos quais 27 são considerados mortos.
Reação firme dos EUA
O embaixador americano em Israel, Mike Huckabee, conhecido por seus comentários contundentes, rejeitou duramente as críticas aos planos israelenses em Gaza.
Ele questionou nas redes sociais se Israel deveria se render ao Hamas e fornecer alimentos aos reféns israelenses que passam fome, comparando a situação à Segunda Guerra Mundial e à entrega de comida ao regime nazista.
Rubio também declarou que enquanto o Hamas existir como força armada, a paz em Gaza será impossível.
Ele lamentou que a mídia dê atenção quase exclusiva à fome dos palestinos e pouco destaque à difícil situação dos reféns israelenses.
Recentemente, os EUA criticaram iniciativas internacionais para reconhecer formalmente um Estado palestino, lideradas pelo presidente francês Emmanuel Macron. Segundo a administração Trump, tais iniciativas apenas incentivam o Hamas e não ajudam a forçar sua rendição, que é a meta conjunta de Washington e de Israel.

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