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EUA atacam lancha suspeita de tráfico no Pacífico pela 1ª vez

Os Estados Unidos realizaram nesta quarta-feira (22) seu primeiro ataque contra uma embarcação que supostamente transportava drogas nas águas do Pacífico, resultando em dois mortos.
As forças americanas baseadas no Mar do Caribe já haviam executado pelo menos oito ataques desde que iniciaram uma operação inédita contra o tráfico marítimo de drogas, utilizando navios, um submarino e aviões de combate.
Este ataque recente ocorreu em águas internacionais no Pacífico Leste, conforme informou Pete Hegseth, chefe do Pentágono, em sua rede social X, sem divulgar detalhes exatos da localização.
“Havia dois narcoterroristas a bordo da embarcação […]. Ambos foram eliminados e nenhuma força americana sofreu ferimentos neste ataque”, declarou Hegseth, referindo-se ao ocorrido na terça-feira.
Desde o início das operações, em 2 de setembro, principalmente na região do Caribe, pelo menos 34 pessoas perderam suas vidas.
Na mensagem, Hegseth anexou um vídeo colorido que mostra a lancha navegando em alta velocidade no mar até ser completamente destruída.
Os Estados Unidos mantêm uma força no Caribe composta por oito contratorpedeiros, um submarino, forças especiais e cerca de dez caças F-35 baseados em Porto Rico.
Definição de inimigo e reações
O governo anterior dos Estados Unidos declarou os cartéis de drogas como organizações “terroristas”, justificando os ataques, pois esses grupos são considerados inimigos sem Estado nem território definido.
Hegseth comparou-os à Al Qaeda, afirmando que assim como essa organização travou uma guerra contra os EUA, os cartéis estão em guerra contra a fronteira norte-americana e seu povo, e que não haverá refúgio, apenas justiça.
Entretanto, países como Venezuela e Colômbia questionam a falta de provas de que as embarcações estivessem realmente transportando drogas, além de argumentarem que essas lanchas não ameaçam as forças americanas.
Após ataques anteriores, alguns dos supostos participantes foram repatriados sem julgamento. O Equador libertou um suspeito por ausência de evidências, enquanto na Colômbia um outro enfrenta processo judicial devido a seu estado de saúde grave após o ataque.
Tensão diplomática
Os ataques geraram um forte impacto na Venezuela, considerada pelos EUA como o ponto de origem da maioria das “narcolanchas”.
O líder venezuelano Nicolás Maduro desafiou os EUA a lançar ataques contra seu território, enquanto o presidente colombiano Gustavo Petro acusou os EUA de crimes de guerra.
A tensão verbal entre Trump e Petro se intensificou, com Trump classificando o colombiano como “líder do narcotráfico” e anunciando o corte total de ajuda aos seus país.
Em resposta, a Colômbia retirou seu embaixador dos EUA e convocou o encarregado de negócios americano, mas posteriormente declarou que a medida tinha o intuito de resolver o impasse nas relações bilaterais.

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