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EUA avaliam próximas medidas contra Venezuela após declarar luta contra cartéis

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O governo de Donald Trump acredita possuir fundamentos legais para justificar suas ações letais no Caribe, e especialistas em Washington discutem se isso pode ser o início de uma intervenção maior contra a Venezuela.

Os Estados Unidos definiram um “conflito armado” com os cartéis do narcotráfico, conforme declarado por Trump em uma carta oficial ao Congresso, onde alguns legisladores questionaram a legalidade dessas operações contra embarcações.

A Constituição dos EUA reserva ao Congresso a competência exclusiva para declarar guerra.

Fontes da imprensa americana relataram um novo memorando do Departamento de Justiça que autorizaria o emprego de agências como a CIA nessas missões contra o governo de Nicolás Maduro, o que poderia marcar um retrocesso nas relações entre Washington e a América Latina.

Nesta terça-feira (7), a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, evitou confirmar a existência do memorando durante audiência no Senado.

“Posso afirmar que Maduro é um narcoterrorista (…) e está acusado em nosso país”, declarou em resposta ao senador democrata Chris Coons.

De acordo com Evan Ellis, especialista em América Latina no Colégio de Guerra do Exército dos EUA, a probabilidade de um ataque direto “é de 50%”.

“Caso não haja resolução até o final do ano, pode ocorrer a decisão de utilizar inteligência confiável para levar Maduro à justiça”, disse ele à AFP.

Além das ações contra embarcações, que resultaram em pelo menos 21 vítimas fatais, diversos caças F-35, atualmente posicionados em Porto Rico, sobrevoaram brevemente a costa venezuelana, conforme informado por Caracas, que mobilizou tropas e milícias pró-governo.

Essas manobras, assim como a presença de navios destróieres e forças combinadas no Caribe, sugerem uma possível escalada em breve, segundo o especialista.

“Tenho a impressão de que o presidente Trump perdeu a paciência” com o regime de Maduro, explica este ex-alto funcionário do primeiro mandato do republicano.

Maduro tentou estabelecer diálogo com Trump por meio de uma carta, mas a Casa Branca rejeitou o contato.

O papel do enviado especial da Casa Branca para negociações desse tipo, Richard Grenell, permanece incerto, segundo fontes diplomáticas.

A possibilidade de um ataque a instalações vinculadas ao narcotráfico em solo venezuelano é real, afirmou à AFP Frank Mora, ex-subsecretário adjunto de Defesa para a América Latina no governo de Barack Obama.

“Enviar uma frota naval para não agir ou apenas neutralizar algumas embarcações não parece o plano”, acrescentou.

“O problema é que não parece haver clareza sobre o objetivo exato”, continuou, referindo-se ao atual governo de Trump.

“Por um lado, o presidente deseja desmantelar o tráfico. Por outro, espera-se que isso possa levar ao colapso do regime de Maduro”, completou.

O tempo também é um fator preocupante para o governo Trump, caso a oposição crescente no Legislativo resulte em ações legais.

Em paralelo, os Estados Unidos autorizaram a petroleira Chevron a retomar a produção na Venezuela, conforme anúncio de Maduro em 24 de julho.

Como em outras operações militares recentes da administração Trump, como o ataque a instalações nucleares iranianas, a decisão final cabe ao presidente, que costuma ouvir intensamente sua equipe diplomática e militar antes de agir.

“É possível que Trump tome uma decisão que o satisfaça e siga adiante”, admitiu Ellis.

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