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EUA capturam navio-tanque perto da Venezuela; Caracas diz que é roubo
O presidente Donald Trump intensificou as ações contra a Venezuela nesta quarta-feira (10) ao capturar um navio-tanque sancionado, que era utilizado por Caracas e Teerã. O governo de Nicolás Maduro classificou a ação como um “roubo descarado”.
“Acabamos de capturar um grande navio-tanque na costa da Venezuela, o maior já apreendido”, afirmou Trump em evento na Casa Branca.
Este navio foi usado por anos pelas autoridades da Venezuela e do Irã para transportar petróleo, mesmo com as sanções internacionais vigentes, explicou a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, em uma publicação na rede X. Um vídeo publicado mostra militares desembarcando de helicópteros e abordando o navio em alto-mar.
Desde que retornou à Casa Branca, Trump tem conduzido uma forte campanha contra o governo de Maduro. Ele disse: “Assumo que ficaremos com o petróleo.”
O ministério das Relações Exteriores da Venezuela repudiou a ação, chamando-a de pirataria internacional.
Dias de Maduro estariam contados
Trump afirmou em entrevista ao site Politico que os dias do presidente venezuelano estão “contados”.
O petróleo é o principal recurso da Venezuela, atualmente sujeito a embargo, forçando o país a vender sua produção no mercado paralelo a preços bem menores, principalmente para países asiáticos.
Washington acusa o governo de Maduro de envolvimento com narcoterrorismo, iniciando uma campanha militar para eliminar embarcações suspeitas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico. Esta operação conta com um destacamento naval e aéreo sem precedentes, incluindo o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald R. Ford.
Até o momento, a campanha registra mais de 20 ataques e pelo menos 87 mortos.
Enquanto Trump anunciava a apreensão, Maduro discursava para seus apoiadores em Caracas, pedindo o fim da intervenção dos EUA na Venezuela e na América Latina.
Tensões regionais
O anúncio de Trump ocorreu após a filha da principal opositora venezuelana, María Corina Machado, receber o Prêmio Nobel da Paz em Oslo, concedido à sua mãe. A opositora está em clandestinidade desde as eleições de 2024, alegadamente vencidas por Maduro, e não conseguiu deixar o país a tempo de participar da cerimônia de premiação.
Trump expressou que não gostaria que Machado fosse detida e mostrou preocupação com sua segurança.
Outro ponto de tensão é a relação com a Colômbia, tradicional aliado dos EUA na luta contra as drogas, mas atualmente em confronto aberto com Washington. O presidente colombiano Gustavo Petro foi alertado por Trump que enfrentará grandes problemas se não se comportar, com o republicano afirmando que a Colômbia é grande produtora de drogas.
Trump indicou que a campanha militar contra os cartéis “narcoterroristas” começará em breve por terra, podendo envolver a Venezuela e outros países da região.
Trump afirmou que Petro deve tomar cuidado, pois poderá ser o próximo alvo e que espera que ele esteja ouvindo.
Petro respondeu que tais acusações são desinformação que não se pode usar contra um presidente eleito democraticamente. Indagado sobre ligar para Petro, como já fez com Maduro, Trump afirmou que não pensou muito sobre isso.


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