Brasil
EUA criticam prisão domiciliar de Bolsonaro

O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, interferiu novamente nos assuntos internos do Brasil após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro por desrespeitar as medidas cautelares do Judiciário.
Por meio das redes sociais, o Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental, vinculado ao Departamento de Estado dos EUA, advertiu sobre consequências para quem apoiar o ministro do STF.
“Permitam que Bolsonaro se manifeste! Os Estados Unidos rejeitam a decisão de Moraes que impôs prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão aqueles que colaborarem com essas medidas”, declarou o órgão vinculado ao governo de Trump.
No dia 5, o perfil oficial americano publicou comentário do funcionário do Departamento de Estado, Cristopher Landau, que afirmou: “As atitudes autoritárias do ministro estão levando sua Corte e país rumo a um regime judicial totalitário”.
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, considerou o posicionamento dos EUA como “inadmissível”. Segundo ele, o comunicado excedeu os limites ao criticar o STF e Moraes. “O Brasil não será protetorado nem neocolônia da extrema direita internacional. A independência conquistada em 1822 não será revogada por pressão externa ou por sanções ideológicas de aliados no exterior”, ressaltou em rede social.
Contexto
Jair Bolsonaro está sob investigação por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, incluindo pressão às Forças Armadas para interromper o processo eleitoral e planos para prender e assassinar autoridades públicas, fatos que ele nega.
Enquanto isso, seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, defensor de sanções contra ministros do STF, se afastou do cargo para atuar nos EUA. A Procuradoria-Geral da República iniciou nova investigação para apurar obstrução do processo penal.
Com as sanções norte-americanas contra Moraes, o STF estabeleceu restrições a Bolsonaro, incluindo limitações no uso de redes sociais.
Ao desrespeitar essa determinação usando a conta do senador Flávio Bolsonaro, Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar pelo ministro Moraes. O magistrado declarou: “A Justiça não permitirá que um réu faça pouco caso, acreditando que ficará impune devido ao seu poder. A Justiça é igual para todos. Quem desobedece medidas cautelares deve sofrer as consequências legais.”
A defesa do ex-presidente afirmou ter sido surpreendida pela decisão, prometeu recorrer e alegou que ele não violou nenhuma determinação judicial. Eles explicaram que a frase divulgada no vídeo, ‘Boa tarde, Copacabana. Boa tarde, meu Brasil. Um abraço a todos. É pela nossa liberdade. Estamos juntos’, não constitui descumprimento da medida cautelar nem ato ilícito.
Esse vídeo foi divulgado por Flávio Bolsonaro durante um ato no Rio de Janeiro no domingo (3), em protesto contra o julgamento no STF e em apoio ao presidente Donald Trump.

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