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EUA enviam porta-aviões para enfrentar tráfico de drogas na América Latina
Os Estados Unidos anunciaram na última sexta-feira (24) o envio de um porta-aviões acompanhado por sua frota para combater o narcoterrorismo na região da América Latina, uma ação que eleva bastante a tensão local.
Em agosto, os EUA já haviam mobilizado destróieres, um submarino e navios com forças especiais em águas internacionais do Caribe visando enfrentar o tráfico ilegal de drogas.
Apesar da presença regular de porta-aviões para exercícios com países vizinhos, esta é a primeira vez que uma força dessa magnitude é destacada no continente para atuar contra o tráfico de drogas.
O deslocamento do grupo de ataque do porta-aviões USS Gerald R. Ford foi justificado pelo porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, como suporte à ordem presidencial para desmantelar as Organizações Criminosas Transnacionais (TCOs) e combater o narcoterrorismo em defesa da nação.
Horas antes do anúncio, o secretário de Defesa, Pete Hegseth, comunicou o décimo ataque contra uma embarcação ligada ao narcotráfico, resultando em seis mortos.
Mais de 40 pessoas perderam a vida no Caribe e Pacífico desde o inicio da ofensiva sem precedentes dos EUA, que iniciou ataques fatais com mísseis em 2 de setembro.
A embarcação destruída pertencia ao cartel Tren de Aragua, conforme informado pelo secretário da Defesa no X, e atuava no contrabando de drogas em águas internacionais.
Hegseth destacou que este foi o primeiro ataque realizado durante a noite na região, compartilhando um vídeo mostrando a embarcação navegando normalmente antes de ser explodida.
O secretário indicou que os EUA trarão os narcotraficantes da mesma forma que tratam grupos como a Al Qaeda.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, criticou a ação, qualificando-a como execuções extrajudiciais, e há divergências claras entre ele e o então presidente Donald Trump.
Trump declarou que estava disposto a usar todo o poder militar para desmantelar rotas e líderes dos cartéis, designando-os como organizações terroristas para utilizar as mesmas estratégias aplicadas após os ataques de 11 de setembro de 2001.
Ele afirmou que o tráfico marítimo foi praticamente eliminado, mas intensificou os ataques com mísseis contra embarcações e demonstrou disposição para agir contra narcoterroristas em terra, sem especificar locais.
Recentemente, os EUA anunciaram exercícios militares conjuntos com Trinidad e Tobago perto das costas venezuelanas, com apoio claro do governo local à intervenção em curso.
Em resposta, a Venezuela mobilizou tropas e milícias diante da ameaça, enquanto o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusado pelo governo dos EUA e formalmente indiciado em Nova York por liderar o cartel de los Soles, afirma que Washington busca promover uma mudança de regime.
O conselheiro especial do presidente brasileiro, Celso Amorim, alertou que uma intervenção externa na Venezuela poderia inflamar o restante da América do Sul, destacando que tal ação geraria grande ressentimento.
Trump chegou a admitir que a CIA pode conduzir operações secretas dentro da Venezuela, gerando questionamentos também no Congresso dos EUA, que enfatiza a necessidade de autorização formal para declarações de guerra.
O presidente se dispôs a enviar Hegseth ao Congresso para prestar esclarecimentos antes de avançar para uma nova fase de ataques em terra.

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