Mundo
EUA limitam deslocamento de Padilha em NY a entorno do hotel e reuniões na ONU

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu nesta quinta-feira o visto dos Estados Unidos para acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Nova York, entre os dias 20 e 24 de setembro.
Porém, o seu acesso no país americano será restrito. Autoridades dos EUA definiram que o ministro só poderá se deslocar entre o hotel onde estará hospedado e a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), além de representações brasileiras vinculadas à entidade.
Além disso, Padilha poderá circular em uma área limitada a até cinco quarteirões ao redor do hotel.
Espera-se que participe da conferência internacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e da Assembleia Geral da ONU, onde Lula fará o discurso de abertura.
Fontes do governo brasileiro indicam que Padilha foi o último membro da comitiva a obter o visto para os EUA. Na terça-feira anterior, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, recebeu sua autorização. O ingresso de Lewandowski estava suspenso temporariamente pelo Departamento de Estado americano.
Padilha havia solicitado a renovação do visto em 18 de agosto, uma vez que o anterior expirou em 2024. Questionado por jornalistas sobre a demora na liberação, o ministro declarou não estar preocupado:
“Esse negócio do visto é igual aquela música, ‘tô nem aí’. Vocês estão mais preocupados com o visto do que eu. Eu não tô nem aí. Acho que só fica preocupado com o visto quem quer ir pros Estados Unidos. Eu não quero ir para os Estados Unidos. Só fica preocupado com o visto quem quer sair do Brasil, ou quem quer ir pra lá fazer lobby de traição da pátria, como alguns estão fazendo. Não é meu interesse, tá certo?”
Ele fez referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Recentemente, dias antes do pedido de renovação de visto do ministro, a esposa e a filha de 10 anos de idade de Padilha tiveram seus vistos americanos cancelados.
Servidores públicos ligados ao programa Mais Médicos, fundado em 2013 durante o governo Dilma Rousseff, também sofreram restrições. A Casa Branca alegou que médicos cubanos atuando no programa no Brasil eram vítimas de exploração laboral.
Lula e sua equipe embarcarão para Nova York no domingo. Porém, há incertezas sobre a aprovação dos vistos para todos os membros da delegação.
O cancelamento dos vistos por parte dos EUA é uma retaliação à forma como o ex-presidente Jair Bolsonaro tem sido tratado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-presidente Donald Trump chegou a condicionar negociações comerciais com o Brasil ao arquivamento do processo contra Bolsonaro.
Bolsonaro foi recentemente condenado a 27 anos de prisão, provocando a indicação de que novas sanções dos EUA contra autoridades brasileiras são iminentes.
Até agora, o principal foco dos Estados Unidos é o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que teve seu visto americano cancelado e está proibido de realizar negócios com empresas dos EUA.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login