Saúde
EUA pedem que pessoas esperem 28 dias após visita a áreas com zika para doar sangue

Dois casos de transmissão do vírus por transfusão já foram detectados no Brasil

Dois casos de transmissão de zika vírus por transfusão de sangue foram identificados na cidade de Campinas, no interior de São Paulo(Joern Pollex/Getty Images/VEJA)
A Cruz Vermelha dos Estados Unidos pediu na terça-feira que pessoas que viajaram para áreas afetadas pelo surto de zika esperem pelo menos 28 dias após o retorno antes de realizarem uma doação. Nesta quarta-feira, o Serviço Nacional de Saúde da Grã Bretanha (NHS, na sigla em inglês), fez a mesma solicitação a seus cidadãos.
A NHS também pediu que médicos não realizem transplantes de órgãos nos casos em que o doador esteve recentemente em uma das áreas com infecção do vírus e apresentou sintomas da doença. Essas medidas servem para todos que visitaram a América do Sul, América Central, Caribe e México. O surto de Zika, vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e relacionado a casos de má-formação cerebral em milhares de recém-nascidos no Brasil, já se espalhou para 30 países e territórios.
A medida vem em conjunto com um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que a Europa prepare formas de defesa contra a disseminação do vírus, principalmente com o início da primavera e do verão.
O caso só foi descoberto porque o receptor do sangue doado pelo jovem apresentou uma queda brusca de plaquetas, sintoma associado à dengue, três dias após a transfusão. O paciente, um morador de Cosmópolis (SP), estava internado após sofrer politraumatismo e, embora não tenha apresentado manifestação clínica da doença, exames de sangue confirmaram a infecção.
Marcelo Addas Carvalho, diretor técnico da Divisão de Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp, informou ao G1 que a transfusão não causou complicações na vítima. Mas o paciente estava internado em estado grave há três meses e faleceu pouco tempo depois.
Em dezembro de 2015, Campinas já havia registrado um caso de zika transmitido por transfusão de sangue. Na época, o doador, um homem de 52 anos, morador de Sumaré (SP), havia feito a doação no Hemocentro da Unicamp três dias antes de saber que estava infectado. Segundo informações do jornal Folha de S. Paulo, o receptor também pegou o vírus, mas não apresentou sintomas.

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