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EUA perdem espaço de influência global, mostra estudo
Os Estados Unidos estão sendo vistos como o país com maior chance de diminuir sua influência no mundo, conforme um relatório exclusivo da Ipsos acessado pelo Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O estudo aponta uma queda de 12 pontos percentuais na confiança de cidadãos de 30 países sobre o impacto positivo dos EUA na política global na próxima década, comparado a 2024.
As pessoas consultadas na pesquisa observam que a China, os países do Brics e o grupo Crink (Coreia do Norte, China, Rússia e Irã) estão ganhando mais influência em relação aos EUA.
O levantamento entrevistou 23.586 indivíduos em países como Canadá, Irlanda, Malásia, Nova Zelândia, África do Sul, Turquia, Estados Unidos, Tailândia, Indonésia, Cingapura, Brasil, Holanda, Grã-Bretanha, Alemanha, Austrália, França, Bélgica, Colômbia, Coreia do Sul, Peru, México, Suécia, Chile, Polônia, Hungria, Argentina, Espanha, Itália, Japão e Índia. No Brasil, mil pessoas participaram.
Os entrevistados responderam sobre os países ou blocos que devem ter influência nas questões globais na próxima década, revelando uma perda de confiança nos EUA e um crescimento na China.
Segundo a Ipsos, 48% das pessoas nos 30 países acreditam que os EUA terão influência positiva, uma queda de 12 pontos em relação ao ano anterior.
A porcentagem de quem vê impacto positivo dos EUA diminuiu em 29 dos 30 países pesquisados. Menos da metade acredita em influência positiva americana no futuro.
Entretanto, 50% dos entrevistados apontam a China como influência positiva crescente, com aumento de 4 pontos percentuais. O Brics e o Crink recebem avaliações de 46% e 33%, respectivamente.
Quando questionados sobre ganhos e perdas de influência, a média mostra que 28% acham que os EUA ganharam influência, 41% que mantêm e 32% que perderam. Para China, Brics e Crink, os números indicam maiores ganhos e menos perdas.
No caso da China, 46% acreditam que o país está ganhando influência, 41% que mantém e 13% que perde; para os Brics, 31%, 48% e 21%, respectivamente; para o Crink, 31%, 44% e 26%.
O Brasil teve uma queda ainda maior na percepção positiva sobre os EUA, com 55% concordando, uma queda de 18 pontos. Porém, 68% dos brasileiros veem influência positiva da China, e 66% opinam similarmente sobre o Brics, com 35% achando que o bloco está ganhando espaço.
A confiança nos EUA como líder das democracias também caiu, com 42% mantendo a confiança globalmente, nove pontos a menos que em 2024, e 47% dos brasileiros mantendo a confiança, dez pontos a menos.
Gestão Trump e tarifas
A edição de 2025 da pesquisa abordou ainda a questão das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Perguntou-se se os participantes acham as tarifas uma medida eficaz para proteger os interesses econômicos dos EUA.
O resultado mostrou que 58% apoiam essa estratégia, mas menos da metade dos norte-americanos (46%) concordam.
Além disso, 58% dos entrevistados em 30 países acreditam que, após a saída de Donald Trump, os EUA retornarão a um papel mais tradicional no cenário mundial.

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