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EUA rebaixam Brasil e África do Sul em relatório de combate ao tráfico de pessoas

Os Estados Unidos reduziram a classificação do Brasil e da África do Sul, países com relações diplomáticas delicadas com a administração do presidente Donald Trump, em um relatório anual que avalia as ações para enfrentar o tráfico de pessoas, divulgado nesta segunda-feira (29).
O relatório do Departamento de Estado, o primeiro desde que Donald Trump reassumiu a presidência em janeiro, colocou as duas nações do grupo Brics, bloco de economias emergentes, numa lista de vigilância, que antecede uma lista negativa possível de resultar em sanções.
Na África do Sul, o documento apontou que “o governo identificou um número menor de vítimas, conduziu menos investigações e iniciou menos processos judiciais”, uma crítica similar feita ao Brasil.
Segundo o texto, o Brasil não completou julgamentos baseados no estatuto anti-tráfico de 2016, mesmo com dezenas de milhares de pessoas sendo vítimas dessa prática criminosa.
A administração conservadora de Trump tem minimizado a relevância dos direitos humanos em alguns tópicos, considerando que essa pauta pode ser utilizada contra países considerados adversários, mas não deve afetar as prioridades em relação a aliados.
Donald Trump aplicou tarifas punitivas ao Brasil e sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), numa tentativa não obtida de barrar o julgamento de seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos de prisão por liderar uma tentativa de golpe para manter-se no poder após perder as eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na África do Sul, Trump criticou o governo pós-apartheid por alegada perseguição a fazendeiros brancos, refletindo uma reivindicação de grupos nacionalistas brancos.
Em geral, os países que aparecem na chamada “lista negativa” (Nível 3) são principalmente opositores dos Estados Unidos, como China, Rússia, Venezuela e Camboja, este último acusado de cumplicidade em fraudes relacionadas ao trabalho forçado online.
Laos e Chade foram rebaixados ao nível mais baixo do relatório por falta de ações efetivas, enquanto Djibuti e Turcomenistão, que ocupavam a última colocação, melhoraram na classificação.

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