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EUA recebem apoio de associações para investigar comércio com Brasil

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Após associações brasileiras demonstrarem suporte ao Brasil na resposta ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR), durante investigações por supostas práticas comerciais injustas contra os EUA, grupos americanos que dependem de produtos brasileiros igualmente forneceram dados sobre importações desses bens.

A Associação Nacional do Café (NCA), que representa mais de 200 importadores, exportadores, torrefadores e varejistas nos EUA, solicitou a retirada do café das tarifas aumentadas.

A entidade destaca que não há substitutos nacionais para os grãos brasileiros, responsáveis por cerca de 40% do café verde consumido no país, e que as tarifas ameaçam aproximadamente 2,2 milhões de empregos americanos.

“Os EUA não conseguem produzir café internamente, exceto pequenas quantidades no Havaí e em Porto Rico. Assim, mais de 99% do café consumido são importados, seja em grão verde, torrado, solúvel ou descafeinado”, ressaltou a associação.

A NCA também alertou para um ponto sensível, lembrando que qualquer interrupção nas importações pode direcionar o mercado para concorrentes como a China, que está ampliando sua indústria cafeeira.

O Conselho de Importação de Carne da América (MICA) por sua vez sublinhou o papel crucial da carne bovina brasileira para o mercado dos EUA. Apesar de ser grande produtor e exportador, o Brasil tem déficit de cortes magros, essenciais para a produção de carne moída, consumida em cerca de 50 bilhões de hambúrgueres anualmente nos EUA.

Em correspondência ao titular do USTR, Jamieson Greer, o MICA pediu que o governo não imponha tarifas às carnes bovinas importadas, destacando que isso aumentaria a inflação alimentícia, já elevada.

“A carne bovina importada complementa a cadeia de suprimentos dos EUA, assegurando oferta, estabilizando preços, agregando valor e apoiando programas estratégicos da indústria”, explicou a entidade.

A Associação Internacional de Produtos de Madeira (IWPA), representando a indústria madeireira americana, defendeu negociações, ressaltando as rígidas regulamentações brasileiras contra o desmatamento ilegal e o manejo sustentável.

A entidade lembrou do compromisso do presidente Lula na COP27 de alcançar desmatamento zero até 2030 e citou dados do MapBiomas sobre queda de 32,4% no desmatamento em 2024, com biomas como Pantanal, Pampa e Cerrado apresentando reduções significativas.

O documento destacou ainda o sistema avançado brasileiro de fiscalização com satélites, sistemas digitais, ações do IBAMA e o programa FortFisc, tendo 9.500 fiscalizações em 2024 e multas superiores a US$ 442 milhões.

“Essas medidas dão segurança às empresas americanas que adquirem madeira do Brasil”, comentou a associação.

Além das entidades, empresas americanas enviaram pedidos ao USTR para evitar tarifas que encareceriam insumos vitais. A Schott Pharma solicitou isenção para embalagens de vidro importadas, apontando que restrições aumentariam custos na saúde dos EUA.

A Darling Ingredients, que reaproveita subprodutos animais para produzir diesel renovável e gelatina, afirmou depender de insumos brasileiros, que não têm equivalentes domésticos em quantidade ou qualidade necessárias.

“O Brasil é um dos poucos países com capacidade em qualidade e volume para fornecer sebo e materiais correlatos e a produção nacional não é suficiente para atender à demanda crescente”, defendeu a companhia.

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