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EUA revogam 6 mil vistos de estudantes sob comando de Rubio
O governo dos Estados Unidos anunciou na última segunda-feira, 18, que cancelou 6 mil vistos de estudantes desde que o secretário de Estado, Marco Rubio, assumiu a função há sete meses.
Rubio, buscando agradar as bases conservadoras próximas ao presidente Donald Trump, adotou com rigor uma lei pouco conhecida que permite a ele anular vistos de pessoas consideradas contrárias aos interesses da política externa norte-americana.
A gestão Trump tem também intensificado esforços para deportar em grande número indivíduos que estão em situação irregular no país.
Segundo um representante do Departamento de Estado, "foram revogados cerca de seis mil vistos de estudantes por ultrapassarem o tempo permitido de permanência ou por violar regulamentos, a maioria envolvendo casos de agressão, direção sob efeito de substâncias, roubo e apoio ao terrorismo".
O mesmo funcionário acrescentou que aproximadamente quatro mil desses cancelamentos ocorreram por infrações legais.
O Departamento de Estado não detalhou as nacionalidades envolvidas nas revogações. Rubio declarou que pretende direcionar suas ações especialmente aos estudantes chineses.
Em março, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou a jornalistas que revoga vistos diariamente, referindo-se especificamente a estudantes ativistas: "Sempre que me deparo com esses extremistas, retiro seus vistos".
Rubio tem focado seus esforços nos estudantes que protestam contra Israel, acusando-os de antissemitismo, algo que os próprios estudantes negam.
O governo enfrentou contratempos em dois casos emblemáticos relacionados ao tema.
Um é o de Mahmoud Khalil, residente permanente legal nos EUA que liderou um protesto pró-Palestina na Universidade Columbia e que foi liberado por ordem judicial em junho. Khalil, cujo filho nasceu enquanto estava detido, processou o governo Trump, alegando tentativas de intimidação.
Outro caso é o da estudante turca de pós-graduação na Universidade Tufts, Rumeysa Ozturk, que criticou Israel em um artigo do jornal universitário. Ela foi solta em maio por decisão judicial enquanto aguardava novas audiências, após ter sido detida por agentes com roupas civis e máscaras em Massachusetts.
Rubio defende que o governo tem total autoridade para emitir e cancelar vistos sem necessidade de revisão judicial, ressaltando que estrangeiros no país não têm os mesmos direitos constitucionais à liberdade de expressão que os cidadãos americanos.

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