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EUA vão montar centros para distribuir comida em Gaza

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O presidente Donald Trump declarou nesta segunda-feira (28) que os Estados Unidos estabelecerão centros para distribuir alimentos na Faixa de Gaza, em resposta aos sinais claros de fome na região.

Enquanto isso, organizações internacionais começaram a entregar ajuda no território palestino após uma pausa limitada nos confrontos anunciada por Israel no domingo.

Apesar disso, o exército israelense manteve ofensivas fora dos horários e locais da pausa, resultando em 54 mortes causadas por ataques israelenses no enclave palestino, que sofre com um conflito de quase 22 meses.

Nas últimas semanas, a ONU e instituições não governamentais alertaram para o risco de uma fome generalizada entre os mais de dois milhões de moradores de Gaza, cercada por Israel, onde a guerra começou após ataque do grupo islâmico palestino Hamas, em 7 de outubro de 2023.

“Queremos garantir alimento às crianças […] a fome é real”, afirmou o presidente dos Estados Unidos.

Ele anunciou a criação de centros alimentares onde as pessoas poderão entrar livremente, sem restrições. “Não haverá barreiras”, completou durante encontro com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Escócia.

A Alemanha anunciou uma ponte aérea humanitária para Gaza, em parceria com a Jordânia.

Após meses, 120 caminhões com suprimentos passaram pela fronteira de Rafah, no sul da Faixa, vindos do Egito, conforme dados de Israel.

Jamil Safadi, residente em uma barraca com a família no norte da Faixa, relatou: “Recebi cerca de 5kg de farinha, que dividi com meu vizinho”.

Despertando nas madrugadas para procurar alimento, ele relatou que só agora conseguiu alguma ajuda, enquanto outros tiveram suas doações roubadas ou foram alvejados por guardas nos pontos de distribuição.

Também foram retomados lançamentos de ajuda humanitária por aviões israelenses, que deixaram caixas de comida na Cidade de Gaza. Samih Humaid, de 23 anos, disse ter conseguido apenas três latas de feijão, ressaltando que “a fome é dura”.

Pressionado internacionalmente pela crise humanitária, Israel estabeleceu uma pausa diária nos combates entre 10h e 20h em várias áreas, sem previsão de término.

No final de maio, Israel suspendeu parcialmente o bloqueio total que causava escassez grave de alimentos e medicamentos em Gaza, aumentando o risco de fome massiva, segundo a ONU e ONGs.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou que a desnutrição atingiu níveis alarmantes. Das 63 mortes relacionadas à desnutrição em julho, 24 foram crianças menores de cinco anos.

Acusações contra Israel

ONGs israelenses, como B’Tselem e Médicos pelos Direitos Humanos, afirmam que Israel realiza um “genocídio” em Gaza baseado em suas investigações.

De acordo com um relatório da B’Tselem, a política e as ações israelenses indicam uma intenção coordenada de destruir a sociedade palestina na Faixa de Gaza.

Por outro lado, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, negou as acusações, dizendo que não faria sentido enviar 1,9 milhão de toneladas de ajuda se houvesse intenção de genocídio. Ele ressaltou que as forças israelenses atacam terroristas, não civis, e responsabilizou o Hamas pelo sofrimento local.

Embora a retomada das entregas de ajuda tenha sido recebida positivamente, várias organizações afirmam que ainda é insuficiente. A Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA) alerta que são necessários diariamente entre 500 e 600 caminhões com alimentos, medicamentos e itens de higiene.

A atual guerra iniciou-se após o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em 1.219 mortes israelenses, a maioria civis, segundo dados oficiais.

Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva que causou a morte de pelo menos 59.921 pessoas em Gaza, majoritariamente civis, conforme dados do Ministério da Saúde local, com reconhecimento da ONU.

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