Economia
Ex-líderes do Fed e Tesouro alertam Suprema Corte sobre risco de demissão de Lisa Cook

Um grupo bipartidário de antigos dirigentes do Federal Reserve (Fed) e do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos manifestou preocupações sobre os impactos econômicos de uma possível demissão da diretora do Banco Central, Lisa Cook, pelo presidente Donald Trump.
Em documento enviado nesta quinta-feira, dia 25, à Suprema Corte, os signatários — incluindo os ex-presidentes do Fed Ben Bernanke e Alan Greenspan e os ex-secretários do Tesouro Henry Paulson, Robert Rubin, Lawrence Summers, Timothy Geithner e Janet Yellen — destacam que tal ação poderia comprometer a autonomia do Fed e diminuir a confiança pública na instituição.
O documento, também assinado por antigos presidentes do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca e outros economistas, reforça que a independência do Fed é vital para a estabilidade econômica a longo prazo.
O grupo alerta que a destituição de Lisa Cook poderia sujeitar o Banco Central a pressões políticas, prejudicando a credibilidade e a efetividade da política monetária dos EUA.
De acordo com os especialistas, há um consenso entre a academia e a prática de que bancos centrais independentes tendem a garantir uma inflação mais baixa e estável, sem elevar o desemprego. Eles lembram situações nos Estados Unidos e internacionalmente, evidenciando os benefícios da autonomia e os riscos da interferência política, como a pressão do presidente Richard Nixon sobre a autoridade monetária nos anos 1970 e a grave crise inflacionária recente na Turquia.
Para os ex-dirigentes, a demissão de Cook antes do término do mandato seria inédita no país e prejudicaria a percepção de que o banco central pode agir com independência dos ciclos eleitorais. Eles concluem que o possível dano à reputação do Fed e, consequentemente, à economia americana, justifica a manutenção do atual quadro.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login