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Ex-ministro do STJ diz que conversas entre Moro e Dallagnol ‘não poderiam ter acontecido’
O ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, afirmou ao Jornal Jovem Pan nesta segunda-feira (10) que, independente da forma ilícita como foram obtidas as mensagens trocadas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador da República e coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, as conversas entre eles “não poderiam ter acontecido”.
Para Dipp, “é impossível ter um diálogo entre um juiz e um procurador desta forma e como foi colocado”, pois o “judiciário perde autonomia e isenção”.
“Estamos em uma situação caótica, grave. Uma relação dessas só poderia se dar nos autos do processo, com a transparência, obedecendo a defesa, o contraditório e o devido processo legal”, afirmou.
Segundo o ‘The Intercept Brasil’, as conversas publicadas fazem parte de um lote de arquivos “enviados por uma fonte anônima há algumas semanas”. Em três atos, o conteúdo mostra diversos trechos de mensagens trocadas nos últimos anos.
De acordo com Dipp, há uma “série de irregularidades que poderá ter e já tem efeitos sociais turbulentos”, inclusive na prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Embora já se tenha a confirmação de sentença, o ex-ministro acredita que “tudo é possível”. “No âmbito jurídico poderá ter consequência sim”, completou.
Ele lembrou ainda que o vazamento não diz respeito as últimas invasões ocorridas no celular de Moro por hackers.
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