O ex-presidente da região espanhola da Catalunha Carles Puigdemont deve comparecer nesta segunda-feira a um tribunal na Alemanha, país onde foi detido por uma ordem de busca e captura europeia e que deve decidir sobre uma extradição para a Espanha por “rebelião”.
Puigdemont foi preso no Estado alemão de Schleswig-Holstein no domingo, cinco meses depois de iniciar um exílio autoimposto fora da Espanha, onde enfrenta acusações de insubordinação, rebelião e fraude que podem levar a uma pena de até 25 anos de prisão.
Puigdemont entrou na Alemanha através da Dinamarca depois de deixar a Finlândia na sexta-feira, onde havia participado de uma conferência.
Após a notícia da detenção do líder independentista, várias manifestações foram organizadas em Barcelona e terminaram no domingo à noite com distúrbios que deixaram 92 pessoas levemente feridas, incluindo 23 policiais, de acordo com os serviços de emergências da região.
Quase 55.000 pessoas, convocadas pela organização independentista Assembleia Nacional Catalã, caminharam pacificamente da representação da Comissão Europeia em Barcelona até o consulado da Alemanha com cartazes que pediam a “liberdade dos presos políticos”.
A audiência
O Ministério Público de Schleszig explicou que comparecimento de Puigdemont ao tribunal alemão “tem por objetivo único verificar a identidade da pessoa detida”. A audiência deve acontecer no período da tarde, segundo uma fonte da Promotoria.
“O tribunal regional deverá decidir depois se Puigdemont deve ser detido visando uma entrega a Espanha”, afirma um comunicado. “O tribunal estabelecerá com base em documentos entregues pelo Reino da Espanha se a entrega de Puigdemont às autoridades espanholas tem base jurídica”, explica a nota da Promotoria, sem entrar em detalhes.
A justiça espanhola indiciou na sexta-feira Puigdemont e outros 12 independentistas catalães por “rebelião” e emitiu seis ordens de detenção europeias.
O advogado de Puigdemont na Espanha, Jaume Alonso Cuevillas, afirmou nesta segunda-feira que “entre hoje e amanhã” saberão se deve permanecer na prisão enquanto tramita a ordem europeia.
“Sou prudente e penso que existem muitos elementos para ser otimista, mas temos que ser prudentes porque enfrentamos uma situação muito delicada. É muito provável que não deixem que ele saia da Alemanha”.
(Com Reuters e AFP)
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