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Ex-presidente do Peru nega planos de pedir refúgio

Dina Boluarte, ex-presidente do Peru que foi afastada pelo Congresso, desmentiu hoje (10) que tenha intenção de solicitar refúgio em outro país, apesar das investigações do Ministério Público (MP) que a envolvem em suspeitas de lavagem de dinheiro e outras acusações.
Aos 63 anos, Boluarte apareceu em frente à sua casa em Lima, negando rumores sobre sua possível fuga do país. “Circulam notícias de que eu teria buscado asilo, mas isso não procede”, garantiu.
Na madrugada desta sexta-feira, ela foi destituída do cargo pelo Congresso após um processo político relâmpago que a considerou incapaz moralmente para governar, cargo que ocupava desde dezembro de 2022.
O Parlamento atribuiu à sua gestão a crise de segurança que envolve o crime organizado. Após perder a imunidade parlamentar, o MP instaurou duas investigações: uma por lavagem de dinheiro ligada à campanha eleitoral de 2021, quando foi candidata a vice-presidente ao lado de Pedro Castillo, e outra por suposta incompatibilidade entre interesses pessoais e a função pública.
De acordo com o MP, Boluarte teria sido responsável pelo direcionamento de benefícios sociais para um amigo do seu médico estético enquanto ela presidia o país.
Compromisso com o país
O MP pediu à Justiça que impeça a saída de Boluarte do Peru por até 36 meses.
“Não tenho nenhuma responsabilidade pelas investigações em curso. Estou calma, em casa, e planejando ficar no país de forma permanente”, declarou a ex-presidente.
Boluarte também é investigada pela morte de cerca de 50 pessoas durante a repressão aos protestos que ocorreram após sua posse para substituir Pedro Castillo, destituído e preso por tentar fechar o Congresso.
Ela enfrenta ainda acusações por alegado abandono do cargo devido a uma cirurgia no nariz realizada sem informar o Congresso, e está envolvida no escândalo conhecido como “Rolexgate”, revelado em 2024, por não declarar relógios de luxo em sua lista de bens. Com sua destituição, poderá responder judicialmente por essas questões.
Na mesma prisão especial, onde Castillo aguarda julgamento por sua tentativa de fechar o parlamento, estão detidos os ex-presidentes Alejandro Toledo e Ollanta Humala, ambos presos por corrupção.

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