ex-presidentes presos: bolsonaro, lula, collor e temer

Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pela participação em uma tentativa de golpe contra o Estado Democrático, Jair Bolsonaro se tornou o quarto ex-presidente brasileiro a ser preso após o período de redemocratização iniciado há 40 anos. Além dele, Luiz Inácio Lula da Silva, Michel Temer e Fernando Collor de Mello também foram detidos em distintas ocasiões, principalmente por questões relacionadas à corrupção, sempre em momentos nos quais não ocupavam mais o cargo presidencial.

Assim como Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar, Collor também se encontra nessa mesma condição. Dos oito presidentes que governaram o país após a redemocratização, dois estão presos atualmente, enquanto um faleceu (Itamar Franco). Já José Sarney, Fernando Henrique Cardoso, Lula, Temer e Dilma Rousseff permanecem em liberdade.

Dentre eles, Bolsonaro é o primeiro ex-presidente a ser condenado especificamente por envolvimento numa tentativa de golpe de Estado, respondendo por cinco crimes, incluindo essa tentativa e o ataque ao Estado Democrático de Direito. Sua prisão ocorreu após descumprimento de medidas cautelares.

Lula foi detido em abril de 2018 na Operação Lava Jato, logo depois que o STF negou um habeas corpus preventivo solicitado por sua defesa. Ele já havia sido condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro envolvendo um tríplex em Guarujá. O ex-presidente entregou-se à Polícia Federal em Curitiba e cumpriu 580 dias de prisão, sendo libertado em novembro de 2019 após revisão pelo STF sobre a prisão após condenação em segunda instância. Posteriormente, em 2021, suas condenações foram anuladas.

Temer teve sua prisão preventiva decretada cerca de três meses depois de deixar a Presidência, também na fase da Lava Jato, sob suspeitas de corrupção em contratos da Eletronuclear. Ele foi acusado de liderar um esquema criminoso que teria recebido mais de um milhão de reais em propina nas obras da usina nuclear de Angra 3, porém sempre negou as acusações. Sua prisão ocorreu durante a Operação Descontaminação, e foi solto após quatro dias. Em 2019, foi preso e liberado novamente em poucos dias, e em 2022 foi absolvido.

Já Fernando Collor, eleito na primeira eleição direta após o fim da ditadura militar em 1989, foi preso em abril deste ano. Isso ocorreu após o STF determinar o início do cumprimento da pena de oito anos e dez meses de prisão que lhe foi imposta em 2023 por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.