Economia
Ex-procurador nega padrinho político e desconhece razão de ‘Careca’ em reunião
Virgílio Antônio de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, afirmou em depoimento à CPI que investiga irregularidades nos descontos de aposentadorias que não sabe por que Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como ‘Careca do INSS’, esteve em reunião com membros do Ministério da Previdência. Ele também negou ter padrinhos políticos.
Virgílio está sob investigação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em fraudes que causaram descontos indevidos em benefícios previdenciários.
Na audiência, foi questionado pelo deputado Alfredo Gaspar, relator da CPI, sobre uma reunião ocorrida em 12 de janeiro de 2023, envolvendo o então secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz, hoje ministro, e investigados no escândalo do INSS. Virgílio e o ‘Careca do INSS’, apontado pela PF como possível operador do esquema, estiveram presentes.
Gaspar perguntou sobre a presença do ‘Careca do INSS’, pessoa sem cargo público identificado, na reunião oficial, ao que Virgílio respondeu que desconhece o motivo e que não foi ele quem o convidou.
Virgílio ressaltou que sempre pautou sua carreira na defesa da Constituição e que não possui ligação política, afirmando ser técnico e apartidário: “Sempre desempenhei minhas funções com base técnica e sem padrinhos políticos”.
Ele informou ainda que responde à convocação da comissão com algumas restrições orientadas por seus advogados, pois certas questões estão sob investigação policial. Destacou que ainda não depôs na Polícia Federal e que não é indiciado, réu ou condenado.
Documento da Polícia Federal indica que Virgílio e pessoas próximas receberam R$ 11,9 milhões de um empresário ligado ao ‘Careca do INSS’, intermediário do esquema de descontos ilegais em benefícios.
Outro ponto levantado foi a escolta considerada irregular que Virgílio teria recebido de um policial federal no aeroporto de Congonhas, São Paulo.
Uma imagem de novembro do ano passado mostra Virgílio acompanhado de Danilo Trento, empresário já investigado pela CPI da Covid no Senado.
Usando um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal, Virgílio exerceu seu direito de permanecer em silêncio sobre perguntas da comissão.
A CPI também tentou ouvir Thaisa Hoffmann Jonasson, empresária e esposa de Virgílio, cuja empresa é suspeita de envolvimento nas fraudes, mas ela optou por não falar.
O presidente da CPI, senador Carlos Viana, comentou que o habeas corpus não impede os trabalhos e manifestou confiança na entrega de um relatório detalhado para o povo brasileiro, ressaltando a complexidade e os interesses envolvidos na investigação.

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