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Exército dos EUA faz treino no Panamá em meio a tensão com Venezuela
Um grupo de militares americanos está realizando exercícios de combate na costa do Caribe, no Panamá. Esta é a terceira vez este ano que esse tipo de treinamento ocorre, em meio a crescentes tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela.
As manobras aconteceram na antiga base militar americana de Sherman, localizada na entrada atlântica do Canal do Panamá. Cerca de 50 fuzileiros navais americanos e policiais panamenhos simularam o resgate e transporte de um ferido em combate via helicóptero, na terça-feira (2), conforme observaram repórteres da AFP.
Este treinamento ocorre um dia após o presidente Donald Trump se reunir com seu Conselho de Segurança Nacional para discutir a crise envolvendo Caracas.
O capitão do Exército dos Estados Unidos, Nelson Marchan, que é de origem venezuelana, afirmou que não possui informações sobre uma possível intervenção militar para derrubar o presidente Nicolás Maduro, algo mencionado pelo governo chavista. “Não tenho conhecimento sobre isso”, declarou Marchan.
Os EUA enviaram para o Caribe o maior porta-aviões do mundo, além de outros navios de guerra, aviões de caça e milhares de soldados. Segundo as autoridades americanas, a missão principal é a luta contra o narcotráfico.
Sem apresentar evidências, as forças militares americanas mataram pelo menos 83 pessoas em ataques a embarcações que supostamente eram usadas por traficantes de drogas tanto no Caribe quanto no Pacífico.
Na segunda-feira, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, não descartou a possibilidade do envio de tropas americanas para solo venezuelano, algumas horas depois que Trump confirmou uma conversa telefônica com Maduro.
O presidente republicano afirmou recentemente que os EUA em breve começariam a mirar “traficantes venezuelanos” em operações terrestres.
Desde agosto, o Exército americano realiza exercícios no Panamá junto com a polícia local, como parte de um acordo de cooperação bilateral firmado durante a administração Trump, que ameaçou reassumir o controle do canal alegando interferência chinesa.
Os exercícios continuam em outubro e, no atual, que vai até 18 de dezembro, participam 25 fuzileiros navais americanos junto com 25 policiais panamenhos, conforme o capitão do Serviço Nacional Aeronaval do Panamá, Ariel Rosas.
“Aprendemos com a expertise dos instrutores panamenhos para sobreviver na selva”, comentou Marchan.
Para o próximo ano, três novos treinamentos já estão planejados.
O presidente panamenho, José Raúl Mulino, afirmou algumas semanas atrás que esses treinamentos não têm ligação com nenhuma ação hostil contra a Venezuela.


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