Explosão em base aérea na Colômbia deixa 5 mortos e 36 feridos

Uma explosão ocorreu próximo a uma base aérea em Cali, resultando na morte de cinco pessoas e ferindo 36, em meio a um aumento significativo da violência na Colômbia, cenário não visto nos últimos dez anos, conforme informe oficial da prefeitura.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram carros em chamas, residências danificadas, pessoas feridas no chão e moradores fugindo em pânico ao som de alarmes e gritos.

Inicialmente, as autoridades relataram um número menor de vítimas: um morto e dez feridos.

Até o momento, ainda não foi confirmada a autoria do ataque, que ocorreu numa área onde dissidentes das Farc, grupo guerrilheiro que rejeitou o tratado de paz de 2016, atuam.

Héctor Fabio Bolaños, 65 anos, diretor de uma escola próxima que precisou ser evacuada, relatou à AFP: “Ouvimos um estrondo muito forte… Depois disso não foi possível circular nem enxergar nada devido à quantidade de feridos e aos danos nas casas defronte à base.”

As crianças que estudavam no turno vespertino precisaram ser entregues aos responsáveis devido ao susto causado pelo incidente.

A terceira maior cidade da Colômbia, situada na região do Pacífico, tem sido palco constante de disputas violentas entre grupos guerrilheiros e organizações ligadas ao narcotráfico, que brigam pelo controle do lucrativo comércio da cocaína destinada aos Estados Unidos e à Europa.

Alexis Atizábal, que fabrica uniformes para a Força Aérea em loja militar próxima à rua onde ocorreu o ataque, contou à AFP que a explosão quebrou vidraças e causou danos materiais à fábrica, mas felizmente não houve vítimas fatais no local de trabalho.

No começo de julho, a região de Cali sofreu vários ataques com explosivos e drones, em um dia violento que deixou sete mortos e gerou medo na população.

O presidente de esquerda Gustavo Petro tentou avançar negociações de paz com todos os grupos ilegais, porém muitos desses esforços estão estagnados.

O acordo de paz que desarmou a maior parte das Farc a partir de 2016 trouxe um período de calmaria ao país, mas os grupos que permaneceram ativos se fortaleceram e retomaram ataques em regiões desocupadas pelos rebeldes e ainda sem controle estatal, segundo análises de especialistas.