Conecte Conosco

Mundo

Extremistas e colonos discutem futuro de Gaza no Parlamento de Israel

Publicado

em

Extremistas e colonos judeus participaram de uma reunião no Parlamento de Israel na terça-feira para debater a possível remoção dos palestinos, anexação da Faixa de Gaza e a transformação da área em um ‘paraíso tecnológico’ exclusivo para israelenses. A informação foi divulgada pelo jornal britânico The Guardian na quinta-feira (24) após ter acesso ao plano.

O projeto sugere uma ‘saída voluntária’ dos palestinos de Gaza para viabilizar a construção de 850 mil moradias e um sistema de metrô moderno no território. A inspiração vem de uma proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, que em fevereiro propôs transformar Gaza na ‘Riviera do Oriente Médio’. No projeto está destacado que o direito dos israelenses à terra não é apenas histórico, mas é uma responsabilidade nacional e de segurança.

Os palestinos rejeitam o plano, pois reivindicam o direito ao Estado da Palestina. O maior desafio para Israel é o destino dos 2 milhões de moradores locais. A líder dos colonos, Daniella Weiss, indicou ao Guardian qual seria a solução para ela: ‘Os residentes de Gaza não permanecerão no local. Eles serão enviados a outras nações.’ Ela sugeriu que os palestinos poderiam ser realocados para o Egito e países do continente africano, sem mencionar quais exatamente.

Weiss afirmou ter uma lista com 1.000 famílias israelenses interessadas em viver em Gaza. ‘Meu objetivo é transformar o território em um lugar ideal, similar a Cingapura,’ declarou. Entre os presentes na reunião estava o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, uma figura importante na coalizão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu.

Netanyahu nega intenções de anexar Gaza, porém o ministro da Defesa, Israel Katz, falou sobre a criação de uma ‘cidade humanitária’ no sul da região, onde cerca de 600 mil palestinos seriam confinados, podendo deixar o local apenas para emigrar.

Especialistas qualificaram o plano como um ato de limpeza étnica e um crime contra a humanidade. O próprio exército israelense rejeitou a proposta, afirmando que seria um desastre para a segurança nacional. Organizações de direitos humanos alertam que a expulsão poderia ser considerada como deslocamento forçado, mesmo que os palestinos deixassem o território voluntariamente.

‘Quando uma força ocupante controla o fornecimento de alimentos e cria um ambiente que obriga a população a sair, isso pode ser classificado como crime de guerra,’ declarou Janina Dill, pesquisadora da Universidade de Oxford, ao Guardian.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados