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Economia

Faixa 4 do MCMV impulsiona lançamentos e vendas no setor imobiliário

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As construtoras que trabalham com imóveis até R$ 500 mil viram aumento nos lançamentos e vendas no segundo trimestre, segundo os resultados operacionais divulgados recentemente.

O setor já estava em crescimento nos trimestres anteriores e recebeu um novo impulso com a criação da faixa 4 do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que entrou em vigor em maio e passou a incluir empreendimentos que enfrentavam dificuldade de vendas.

As maiores empresas do mercado listadas na Bolsa (Cury, Direcional, MRV, Plano & Plano e Tenda) lançaram juntas projetos avaliados em R$ 9 bilhões no segundo trimestre de 2025, um aumento de 28,3% em relação ao mesmo período de 2024. As vendas líquidas somaram R$ 8,2 bilhões, alta de 12,3%.

A faixa 4 foi criada para cumprir uma promessa do governo Lula e atende consumidores de classe média-alta com renda mensal entre R$ 8,6 mil e R$ 12 mil, um grupo impactado pelo aumento dos juros nos financiamentos, que estão entre 12% e 13% ao ano.

Com isso, a faixa 4 oferece crédito com juros subsidiados de aproximadamente 10,5% ao ano, menor que os juros fora do programa. O governo financiou essa medida captando recursos do fundo do pré-sal.

O diretor financeiro e de relações com investidores da MRV, Ricardo Paixão, afirmou que as vendas no Minha Casa, Minha Vida estão aquecidas, impulsionando um aumento nos lançamentos. Segundo ele, a faixa 4 já representa cerca de 20% dos lançamentos da MRV, que encaixa projetos existentes nessa faixa de preço sem criar produtos específicos para isso.

Com juros menores, a MRV tem percebido melhora no acesso das famílias à casa própria, reduzindo o parcelamento da entrada para facilitar os negócios. A empresa também busca acelerar as vendas ou aumentar os preços visando melhores margens, com preço médio dos imóveis vendidos de R$ 270 mil no segundo trimestre, um crescimento de 7,6%.

Na Cury, os resultados também foram positivos. O diretor de Relações Institucionais e com Investidores, Ronaldo Cury, destacou que lançamentos, vendas e repasses estão muito saudáveis, com forte geração de caixa. A criação da faixa 4 ampliou a cobertura do programa para 94% dos projetos da empresa, ante 70% anteriormente.

Ronaldo Cury ressalta que a destinação de recursos do pré-sal para esse segmento foi um grande acerto. O preço médio dos novos apartamentos da Cury no segundo trimestre foi de R$ 337,8 mil, alta de 8,8%, refletindo maior oferta de imóveis de maior valor agregado e ajustes para melhorar a margem.

O presidente da Direcional, Ricardo Gontijo, mostrou-se otimista com as perspectivas para os negócios dentro do MCMV, uma vez que 90% dos empreendimentos da empresa passaram a ser enquadrados no programa. Ele destacou que a faixa 4 ampliou o mercado para muitas famílias que antes não conseguiam comprar, aumentando a demanda por imóveis até R$ 500 mil.

A Emccamp, que atua em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, planeja dobrar o volume de lançamentos entre 2025 e 2027, buscando alcançar R$ 2 bilhões em negócios. André Avelar, diretor financeiro e de relações com investidores, afirmou que a empresa está crescendo alinhada ao MCMV, que tem perspectivas muito favoráveis.

Com a faixa 4, todos os projetos da Emccamp estão dentro do programa, o que aumentou a liquidez da empresa. Imóveis que antes eram vendidos fora do programa e a juros altos, acima de R$ 350 mil, agora podem ser enquadrados com juros subsidiados, ampliando as possibilidades de venda.

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