Centro-Oeste
Faixa de pedestres: Brasília comemora 27 anos da sinalização
Medida foi referência para outros estados. O Correio, criador da campanha Paz no Trânsito, contribuiu para que a sinalização fosse respeitada na capital federal. Para marcar o aniversário, o Detran realizou ações educativas na 307 Sul e na UnB
Arquitetura modernista, baixa umidade, ipês e… respeito à faixa de pedestres. Mencionar as particularidades de Brasília implica incluir, sem dúvida, a obediência à sinalização que, nessa segunda-feira (1º/4), completou 27 anos no Distrito Federal. O Correio teve importante participação nessa mudança de comportamento, por meio da campanha Paz no Trânsito, que deflagrou em 1996.
Em comemoração ao aniversário da faixa de pedestres, o Departamento de Trânsito (Detran-DF) e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar promoveram uma ação educativa que entregou materiais com orientações sobre os procedimentos de segurança na 307 Sul e na Universidade de Brasília (UnB), em frente ao restaurante universitário.
Das 4.471 faixas de pedestres presentes nas vias urbanas do DF, cerca de 1,5 mil foram revitalizadas este ano, segundo o Detran. Até 20 de março, foram registradas 2.059 autuações e nenhuma morte nessas sinalizações. Em 2023, ocorreram duas mortes em faixas de pedestres, enquanto no ano anterior foram seis, o equivalente a uma queda de 66% no número de óbitos. “A faixa de pedestre funciona muito bem em Brasília, justamente por conta de ações educativas, como as que ocorrem hoje (segunda-feira), focadas na obediência à sinalização”, avaliou Takane Kiyotsuko, diretor-geral do Detran.
A UnB foi escolhida para sediar atividades porque o local é conhecido por ter, todos os dias, grande quantidade de transeuntes, explicou, acrescentando que, recentemente, as faixas do lugar passaram por manutenção e foram pintadas. A diretora de educação de trânsito do Detran, Paula Nunan, complementou que os estudantes da instituição gostam de participar e de interagir com as ações da autarquia. “Como a UnB recebe pessoas de diferentes regiões do DF e de várias faixas etárias, acreditamos que a propagação dessas orientações seja maior e efetiva. Da manhã até o fim da tarde, o restaurante universitário recebe cerca de 5 mil pessoas”, avaliou.
A estudante de engenharia civil Izabella Gonçalves, de 18 anos, estava a caminho do restaurante quando parou em frente à tenda do Detran. Para ela, acatar a sinalização é uma questão de segurança para todos. “Admiro os moradores de Brasília por sempre respeitarem essa norma”, disse, enquanto segurava um folder e uma camiseta com a frase “A paz no trânsito começa com você”, entregues na tenda. “Nesta ação, aprendi que fazer o sinal com a mão, mostrando que deseja atravessar a rua, é fundamental”, completou.
Sandro Santos, 30, estudante de engenharia eletrônica, também ganhou uma camiseta na ação educativa. Como chegou quando a tenda estava sendo desmontada, não teve tempo de receber as orientações, mas reconheceu a importância da atividade. “Venho de Recife, onde é incomum respeitarem a faixa de pedestres. Confesso que, onde moro agora, na L2 Norte, a situação não é muito diferente. As dificuldades em atravessar a via são recorrentes; o que salva são os semáforos”, lamentou.
Conscientização
Tenente-coronel do Batalhão de Trânsito da PM, Kelly Cezário coordenou a ação na Asa Sul e explicou que a opção pelo local foi para recordar as atividades que a equipe desempenhava na quadra em 1997, visando promover a conscientização sobre a faixa de pedestres, recém-inaugurada, à época. “Foi um trabalho árduo de vários órgãos. Quando começamos essas ações, há 27 anos, o objetivo era que, mesmo na ausência dos agentes, as pessoas incorporassem esse hábito, já que a grande finalidade das faixas é preservar vidas”, relembrou.
Próximo à Igreja Nossa Senhora de Fátima, Dora Rodrigues, 76, contou que não há muita diferença, no que tange ao cumprimento da faixa de pedestres, entre Santa Catarina, onde mora, e Brasília. “Às vezes param, às vezes passam direto. Mas nessa faixa entre a 307 e a 308, a gente nem precisa dar a mão, pois sempre respeitam”, relatou a aposentada, que veio passar uma temporada na capital. “Normalmente, ando com uma bandeirinha vermelha para sinalizar aos carros todas as vezes que preciso atravessar. Aí, não tem desculpa de que não me viram, não é?”, acrescentou.
Correio Braziliense
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