Falta do Centrão salvou Zambelli na Câmara

Os principais partidos que apoiam o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), apresentaram muitas ausências, o que ajudou a deputada Carla Zambelli (PL-RJ) a escapar da cassação.

O número de votos necessários para a perda do mandato era 257, mas o parecer do deputado Cláudio Cajado (PP-BA) pela cassação teve apenas 227 votos, 30 a menos que o requerido.

PP, União Brasil, Republicanos, PSD e MDB juntos totalizaram 69 ausências, um número suficiente para garantir a cassação de Zambelli. No PP houve 12 ausentes, União Brasil 15, PSD 18, Republicanos 9 e MDB 15.

Essas siglas pertencem a um bloco parlamentar que normalmente segue as orientações de Motta. A votação sobre o mandato de Zambelli durou até a madrugada e terminou por volta da uma da manhã.

Condenada pelo Supremo Tribunal Federal, Zambelli está presa desde julho, depois de ser detida em Roma devido à difusão vermelha da Interpol. Ela deixou o Brasil após esgotar os recursos na ação penal relacionada à invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça.

O STF comunicou à Mesa Diretora sobre a perda imediata do mandato, conforme sentença que segue a jurisprudência desde o caso do ex-deputado Daniel Silveira. No entanto, o plenário recusou a cassação, desobedecendo diretamente a ordem judicial.

Agora, um novo desdobramento jurídico está previsto: o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), declarou que irá recorrer ao STF com um mandado de segurança para exigir a intervenção da Mesa Diretora.