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Família critica retirada de agravante em morte de modelo

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A decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) de remover o agravante de homicídio por motivo cruel do indiciamento de Grazielly da Silva Barbosa gerou revolta na família da influenciadora Aline Maria Ferreira da Silva, 33 anos. A empresária é responsável pela morte da modelo, que realizou um procedimento de aumento de glúteos na clínica que ela gerenciava.

“A família da vítima ficou chocada com a remoção do agravante do homicídio, pois presenciou a crueldade dos fatos e considera essa decisão injusta. Mesmo assim, espera que Grazielly seja condenada pelo homicídio simples”, declarou a advogada Julianna Andrade, representante dos familiares de Aline.

Por meio de comunicado, a advogada reforçou a importância de que o Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) continue investigando a adulteração de produto destinado a fins terapêuticos. O laudo da autópsia revelou a presença de óleo no local da aplicação no corpo da vítima, um elemento incompatível com o produto original, indicando adulteração.

Durante o procedimento, Grazielly injetou PMMA nos glúteos da influenciadora. Após a aplicação, Aline apresentou febre e foi internada em um hospital em Brasília, onde faleceu em julho de 2024.

A advogada afirma que Grazielly, que se apresentava como biomédica, manipulou o produto de forma irregular, preenchendo as seringas manualmente e aplicando na modelo uma substância aquosa de origem desconhecida. Grazielly não possui formação ou habilitação técnica na área da saúde para atuar com produtos estéticos ou terapêuticos. Conforme o processo, ela usava substâncias falsificadas importadas clandestinamente do Paraguai, sem garantias de identidade ou qualidade.

Além disso, o procedimento ocorreu em um estabelecimento sem licença sanitária ou condições adequadas, expondo a vítima a riscos graves e evitáveis, caracterizando a gravidade do caso, segundo a advogada.

O Tribunal do Júri ainda não marcou data para o julgamento. O defensor de Grazielly alegará que o homicídio foi culposo, ou seja, sem intenção de matar.

Resumo do caso

O procedimento estético aconteceu em 23 de junho de 2024, e Aline faleceu nove dias depois em Brasília, após ser internada com dor e febre. Grazielly se apresentava como biomédica, mas não possuía formação na área. A clínica não tinha responsável técnico nem alvará sanitário e foi fechada um dia após a morte. O laudo cadavérico indica que a causa da morte foi falência múltipla de órgãos devido a um choque séptico originado no tecido subcutâneo dos glúteos.

O PMMA, ou polimetilmetacrilato, é uma substância plástica usada em saúde e outras áreas, mas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) alerta que seu uso é de risco máximo e deve ser aplicado somente por médicos treinados.

Denúncia

Grazielly foi acusada de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar mesmo sem intenção direta. O MPGO apontou que o PMMA foi aplicado em condições impróprias, sem qualificação técnica e desrespeitando os cuidados legais do procedimento.

De acordo com testemunhas, Aline recebeu 30 ml de PMMA em cada glúteo em uma aplicação que durou menos de 20 minutos. A denunciada, sem luvas, massageou a área para espalhar o produto e aplicou curativos.

Após sentir dor e febre, Aline contatou Grazielly, que recomendou medicamentos e a convenceu a não procurar atendimento médico, conforme registro do MP.

Visita ao hospital

Quatro dias após o procedimento, em 27 de junho, Aline buscou atendimento em hospital de Brasília e foi internada. Grazielly teria visitado a influenciadora no hospital e aplicado um anticoagulante para prevenir trombose, segundo a denúncia.

No mesmo dia, Aline foi transferida para a UTI de outro hospital e faleceu cinco dias depois.

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