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Economia

Fechamento do Banco Master é um dos maiores da história financeira do Brasil

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O Banco Central informou na terça-feira, 18, o encerramento extrajudicial do Banco Master, caracterizando uma das maiores ações já registradas no sistema financeiro brasileiro.

Conforme dados do sistema IFData do BC, em março, o Master possuía R$ 86,4 bilhões em ativos, R$ 83,2 bilhões em débitos e R$ 3,2 bilhões em patrimônio líquido.

O banco se soma a casos famosos, como o do Bamerindus, que apresentava um patrimônio negativo de R$ 4,2 bilhões em 1997, época da intervenção do BC. Em ocasiões em que a instituição financeira carece de meios para cumprir seus compromissos com credores, o BC pode optar pela intervenção, que é uma medida intermediária, ou pela liquidação extrajudicial, que é mais severa.

No episódio do Bamerindus, a intervenção iniciou-se em 1997, mas o encerramento extrajudicial só ocorreu em 1998, após a parte viável ter sido vendida para o HSBC.

O Bamerindus também representa o maior gasto do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que garante cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Em 1997, o fundo precisou pagar R$ 3,7 bilhões (aproximadamente R$ 19 bilhões corrigidos pela inflação) para cobrir os depósitos do Bamerindus.

O Master, contudo, pode ultrapassar esse valor. Dados do IFData apontam que em março o banco tinha R$ 62,2 bilhões em depósitos protegidos pelo FGC.

Outra intervenção significativa foi a do Banco Econômico. Relatórios da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do PROER indicam que o caixa do banco tinha um déficit de R$ 2,9 bilhões (cerca de R$ 18 bilhões corrigidos pela inflação) em 1995.

O procedimento de encerramento extrajudicial iniciou naquele ano, sendo finalizado apenas em 2022, após o BTG Pactual assumir o controle do Banco Econômico.

O Banco Cruzeiro do Sul também passou por encerramento extrajudicial iniciado em 2012, devido a um déficit de R$ 1,3 bilhão. O processo foi concluído pelo Banco Central em 2015, quando a falência da instituição foi declarada judicialmente.

Informações do sistema Broadcast (do Grupo Estado) revelam que a decisão de fechar o Master foi tomada pelo BC após o anúncio de venda para o Grupo Fictor na tarde de segunda-feira, 17.

Segundo fontes de grandes bancos, o Master tentou agilizar um acordo para evitar a intervenção do BC, que era aguardada pelo mercado desde que o regulador barrara a aquisição de parte do banco pelo Banco de Brasília (BRB).

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