Fed pode cortar juros em 25 pontos-base em vez de 50, diz diretor

Stephen Miran, diretor do Federal Reserve (Fed), declarou que a estabilidade da economia dos EUA no próximo ano estará vinculada à resolução das tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, assim como à condução da política monetária. Ele fez essas declarações em entrevista à Fox Business na manhã desta quinta-feira.

Miran projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá cerca de 2% em 2024, com a atividade econômica se mantendo forte também em 2026. No entanto, as disputas comerciais entre EUA e China reacenderam incertezas que antes haviam sido dissipadas. Segundo ele, o ritmo das negociações será determinante para o nível de crescimento do PIB no próximo ano: quanto mais rápidas as negociações, melhor o desempenho econômico.

Além disso, o diretor do Fed destacou a importância da política monetária para as perspectivas econômicas americanas. Ele acredita que as taxas de juros devem ser ajustadas de forma ágil para um nível adequado que apoie a resistência da economia. Em relação à próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), Miran sugeriu que um corte de juros de 50 pontos-base seria adequado, mas que provavelmente será feita uma redução menor, de 25 pontos-base.

Miran também comentou que a política monetária atualmente é bastante restritiva, levando em conta que o nível neutro das taxas de juros pode ter diminuído em decorrência de políticas restritivas de imigração. Ele prevê ainda aumentos de produtividade com a adoção da inteligência artificial (IA) e o crescimento dos investimentos no setor tecnológico, especialmente na construção de data centers.

Segundo ele, “é cedo para avaliar o impacto da IA no mercado de trabalho, pois empregos eliminados por essa tecnologia podem ser substituídos por novas funções”.

Sobre o balanço patrimonial do banco central, Miran defendeu que a redução dos títulos deve ser suspensa até que as novas regras regulatórias sejam finalizadas. Ele ressaltou que o tamanho do balanço do Fed deve refletir o porte do sistema bancário dos EUA, o qual será definido após a aprovação das novas normas de capitalização.