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Ferrero negocia compra da Kellogg por US$ 3 bi; ações disparam

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Ferrero International, empresa familiar italiana famosa pelo chocolate Ferrero Rocher, está próxima de adquirir a fabricante de cereais WK Kellogg por cerca de US$ 3 bilhões, segundo fontes próximas ao assunto.

As conversas estão avançadas, e o acordo pode ser anunciado ainda esta semana. Com isso, as ações da Kellogg subiram 57% nas negociações pré-mercado nesta quinta-feira.

Essa aquisição vai unir a fabricante do creme de avelã Nutella à companhia responsável pelos cereais Froot Loops e Frosted Flakes (conhecido no Brasil como Sucrilhos Kellogg’s), fortalecendo os esforços da Ferrero para expandir seu império alimentício e sua presença na América do Norte.

Controlada pelo discreto bilionário Giovanni Ferrero, a empresa tem realizado diversas compras recentes, focando em marcas frequentemente alvo de reguladores de saúde e mudanças no consumo.

Nesta década, a Ferrero adquiriu a Fannie May, produtora de chocolates que ampliou sua capacidade e atuação no mercado premium dos Estados Unidos. Também comprou a divisão de confeitaria da Nestlé nos EUA, que inclui marcas populares como Butterfinger.

O mais recente movimento da Ferrero, que teve um crescimento de quase 9% nas vendas no último ano, chegando a €18,4 bilhões (US$ 21,5 bilhões ou R$ 118 bilhões), é condizente com sua estratégia de ampliar presença nos EUA, conforme aponta o analista Robert Moskow, do TD Cowen.

As ações da Kellogg reagiram positivamente ao rumor do acordo, disparando 57% na pré-abertura do mercado após reportagem do Wall Street Journal. Antes da notícia, os papéis da companhia haviam recuado 2,7% no ano, avaliando a empresa em US$ 1,51 bilhão (R$ 8,2 bilhões).

Representantes das duas companhias não se pronunciaram imediatamente sobre o possível negócio.

A aquisição pode revitalizar uma empresa que enfrenta dificuldades desde a cisão da Kellogg em duas, onde a divisão de snacks virou Kellanova e os cereais ficaram sob WK Kellogg.

Em maio, a Kellogg projetou uma revisão para baixo nas vendas do ano, com seu CEO Gary Pilnick comentando sobre um ambiente desafiador e consumidores migrando de alimentos açucarados para opções de cereais de marcas próprias mais acessíveis.

A Kellanova, responsável por marcas como Pringles e Cheez-It, foi vendida para a Mars, gigante dos doces dona de M&M’s, Snickers e Skittles, por quase US$ 36 bilhões com dívidas incluídas.

Nos últimos tempos, a consolidação no setor de bens de consumo tem crescido devido à inflação e aumento dos custos das matérias-primas. Tarifas comerciais impostas durante o governo do presidente Donald Trump também pressionaram margens apertadas do segmento.

A Ferrero, também fabricante dos chocolates Kinder Bueno e das balas Tic Tac, originou-se de uma confeitaria italiana fundada pelos avós de Giovanni, que aproveitavam avelãs para compensar a escassez de cacau. Sob a liderança de seu pai, Michele, a empresa virou uma potência global desde os anos 50.

A multinacional tem buscado diversificar seus produtos e geografias para enfrentar a alta dos preços do cacau. Além dos doces, comprou negócios de lanches saudáveis, como Eat Natural (barras de cereais e granola) e FULFIL Nutrition (barras de proteína e vitaminas).

O lançamento recente das barras energéticas FULFIL na Itália ilustra como a Ferrero expande com sucesso marcas existentes, segundo explica Sebastiano Grandi, professor de gestão e marketing da Università del Sacro Cuore, em Piacenza.

A abordagem moderna da Ferrero consiste em identificar marcas subexploradas e revitalizá-las mantendo sua liderança na categoria, destaca Grandi.

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