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Economia

FGC alcança R$ 121 bilhões em liquidez com preocupações sobre o Master

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A liquidez do Fundo Garantidor de Créditos (FGC) chegou a R$ 121,1 bilhões no primeiro semestre de 2025, representando um aumento de 6% em comparação aos R$ 114,2 bilhões registrados no final de 2024, recursos que garantem a capacidade do fundo para enfrentar momentos de instabilidade financeira.

O patrimônio total do FGC também cresceu 6,1% desde dezembro, alcançando R$ 153,5 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado pelas receitas financeiras, que somaram R$ 10 bilhões, enquanto as contribuições das instituições associadas ao Fundo atingiram R$ 3,1 bilhões.

FGC afirma que este resultado demonstra a eficiência na administração dos fundos e o comprometimento em proteger os depositantes e investidores brasileiros.

O FGC e o banco Master

Os dados foram divulgados após uma semana marcada pelo veto do Banco Central à venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB).

O futuro do banco fundado por Daniel Vorcaro é motivo de preocupação no mercado. O Master adotou uma estratégia de crescimento acelerado, porém com um modelo de negócios considerado arriscado por especialistas.

O banco captava recursos oferecendo alta rentabilidade em Certificados de Depósito Bancário (CDBs), títulos de renda fixa garantidos pelo FGC para aplicações de até R$ 250 mil por CPF, o que atraiu muitos investidores pessoa física. Em contrapartida, esses recursos eram aplicados em ativos com baixa liquidez, como precatórios, direitos creditórios e ações de empresas em dificuldades.

O BRB declarou que não abandonará a aquisição e poderá propor uma nova estrutura para a operação. Se a compra não ocorrer e o banco não for adquirido por outra instituição privada, o Banco Central pode intervir ou até liquidar o banco. Nessas situações, o FGC seria acionado para cobrir os títulos emitidos pelo Master.

O levantamento mensal do FGC, referente a junho de 2025, mostra que os depósitos e investimentos cobertos pela garantia alcançam R$ 5,22 trilhões. Com o limite de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ, o montante coberto em caso de problemas chega a R$ 2,55 trilhões. Das 622 milhões de contas da instituição, 620 milhões têm saldos totalmente protegidos pelo limite da garantia.

O FGC atua como uma rede de segurança para o sistema financeiro, assegurando que, caso um banco feche, os depositantes com até R$ 250 mil sejam ressarcidos integralmente.

As preocupações sobre uma possível falência do Master vêm sendo discutidas há algum tempo por representar uma porção significativa dos recursos totais do FGC. Se o banco encerrar suas atividades, o fundo terá que utilizar grande parte dos R$ 121 bilhões em reservas para cumprir seus compromissos.

Essa situação pode desencadear um efeito dominó: investidores de outras instituições, ao perceberem a crise, poderiam sacar seus recursos antecipadamente, espalhando a instabilidade para outras entidades financeiras ainda não afetadas. Esse fenômeno é conhecido como risco sistêmico por especialistas.

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