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FHC diz que Eduardo Cunha não vai resistir no cargo

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse nesta terça-feira (24) em São Paulo que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), alvo de um processo de investigação no Conselho de Ética da Casa, não resistirá no cargo.

“O Supremo Tribunal Federal, primeiro, tem de fazer o que já deveria ter sido feito: considerá-lo réu. Porque enquanto ele não for considerado réu, ele formalmente vai se defender, porque lá tem outros 170 que também são acusados. É verdade. Agora, o Cunha não vai resistir. Não tem mais jeito, não tem base para ficar lá”, afirmou o ex-presidente.

FHC participou nesta terça-feira de um debate baseado no filme “Quebrando o Tabu” em uma instituição de ensino em Pinheiros, na Zona Oeste.

Investigado na Operação Lava Jato, Eduardo Cunha é acusado pela Rede Sustentabilidade e pelo PSOL – autores da representação no Conselho de Ética – de mentir em depoimento à CPI da Petrobras, em março, quando disse não possuir contas bancárias no exterior. Documentos enviados pelo Ministério Público da Suíça ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontam, porém, que o peemedebista é controlador de contas na Suíça.

Em entrevista ao G1 e à TV Globo, Cunha negou ser o dono das contas, mas admitiu possuir ativos no exterior que são administrados por trustes – entidades legais que administram bens em favor de um ou mais beneficiários

Estatuto do Desarmamento
Durante o debate desta terça, que abordou reforma política, descriminalização da maconha, aborto, maioridade penal e desarmamento, FHC disse esperar que a presidente Dilma Rousseff vete, caso seja aprovado, o projeto que reforma o estatuto do desarmamento. “Isso eu espero que a presidente vete”, afirmou.

Ao falar sobre a proposta de descriminalização das drogas, FHC defendeu que o Brasil adote a politica de redução de danos colocada em prática na Europa, que evita prisões e processos contra os dependentes e ao mesmo tempo os auxilia com aconselhamento para sair do vício. “Eu acho que aqui no Brasil, se eles derem esse passo no Supremo, não é ruim, não. É bom. Não resolve, mas você toma uma posição e começa a discutir mais”, afirmou.

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