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Filho de motorista preso por atacar ônibus diz que foi por causa de briga no trânsito

Everton de Paiva Balbino, de 32 anos, foi detido por lançar uma pedra contra um ônibus e ferir uma passageira, no dia 27, na Avenida Washington Luís, no bairro Campo Belo, zona sul de São Paulo. Ele afirmou à polícia que a motivação foi uma desavença no trânsito. Everton foi acusado de tentativa de homicídio qualificado e dano ao patrimônio.
O delegado Fernando Santiago, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), declarou que Everton é filho de motorista de ônibus, mas o pai não tem envolvimento com o caso. “Ele parece ser uma pessoa de bem e não há indícios que o liguem ao crime”, explicou o delegado. O fato do pai trabalhar como motorista pode ter influenciado o filho, que pode ter contato com outros profissionais do transporte coletivo.
Everton foi capturado no domingo (6/7) pela 6ª Divisão de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio (Disccpat) do Deic, com base em um mandado de prisão. No momento da agressão, um ônibus da empresa MobiBrasil, linha 607C/10, foi atingido por uma pedra que quebrou uma janela próxima ao assento de uma passageira, que ficou machucada. Câmeras de segurança gravaram o momento do ataque mostrando o desespero da vítima.
Enquanto prestava depoimento, Everton alegou que a briga foi com o motorista do ônibus, porém a polícia não aceitou essa versão. O delegado observou que ele tentou apresentar uma justificativa que o beneficiasse.
A passageira foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Santa Catarina e recebeu alta após mais de uma semana. Ela sofreu fraturas no rosto e precisou passar por cirurgia.
Outros casos de vandalismo contra ônibus também têm sido registrados na região metropolitana de São Paulo. Em Cotia, por exemplo, um adolescente foi apreendido após participar de ataques que danificaram seis ônibus. No último mês, Cotia contabilizou 30 incidentes semelhantes.
Na capital paulista, dois homens foram presos por danificar coletivos em Pirituba e Santo Amaro. Em Pirituba, um homem foi detido após atirar uma pedra contra um ônibus, ferindo uma passageira. Ele foi levado ao 87º Distrito Policial para registro da ocorrência.
Desde 12 de junho, conforme informado pela Prefeitura de São Paulo, 260 ônibus do sistema municipal sofreram depredações, abrangendo todas as áreas da cidade. A SPTrans orienta que as empresas operadoras comuniquem imediatamente os casos e enviem os veículos para manutenção, substituindo-os para garantir a continuidade dos serviços aos passageiros.
A polícia investiga diversas hipóteses para esclarecer a onda de vandalismo, incluindo a possibilidade de envolvimento de empresas de ônibus, grupos sindicais e desafios na internet. O diretor do Deic, Ronaldo Sayeg, descartou até o momento a participação de facções criminosas, já que não foi identificado um propósito típico dessas organizações.
O monitoramento das plataformas digitais está sendo feito para verificar a hipótese dos desafios online, mas ainda não há evidências concretas. A Divisão de Crimes Cibernéticos (Dcciber) também participa das investigações sem resultados definitivos até agora.
O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), comentou que a hipótese de desafios via internet está entre as investigadas, especialmente na Baixada Santista, conforme conversas com o delegado responsável, Flávio Ruiz Gastaldi.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirmou que as forças de segurança estão mobilizadas para impedir e investigar ataques a ônibus, por meio da Operação Impacto – Proteção a Coletivos. Cerca de 7,8 mil policiais e 3,6 mil viaturas participam da ação em todo o estado, visando a proteção de passageiros e trabalhadores do transporte público.
Além disso, a Polícia Civil, por meio do Deic, continua identificando os envolvidos e realizando o monitoramento digital, com apoio da Dcciber, reforçando o combate a possíveis articulações criminosas via internet.

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