Fim da greve de ônibus em São Paulo traz alívio aos passageiros

Após um dia complicado envolvendo chuva, paralisação dos ônibus, congestionamentos intensos e problemas nos trens, os usuários do transporte público em São Paulo saíram de casa atentos nesta quarta-feira (10/12) e celebraram o término da greve dos motoristas e cobradores.

“Como o ontem foi muito difícil, estava preocupada com o que poderia acontecer hoje”, relatou a cuidadora Vilma Cosme Bezerra, 44 anos, que agradeceu por o serviço estar normalizado.

Sem ônibus disponíveis para voltar para casa, Vanuza Eduardo de Souza, 54 anos, teve que usar o trem e o metrô lotados, só conseguindo embarcar na Linha 5-Lilás na quarta tentativa. Depois, caminhou por 30 minutos da estação Capão Redondo até sua residência.

“Já cheguei na metade do caminho e acredito que tudo vai melhorar”, afirmou ela com esperança.

No dia anterior à greve, Vilma estava em casa quando a paralisação começou, sorte que não teve Vanuza.

Ela contou: “Para mim foi uma confusão. Geralmente chego às 17h30, mas ontem só consegui chegar perto das 20h”, trabalha em lavanderia de hotel.

Vanuza manteve-se informada sobre a situação para se preparar para o dia seguinte. “Percebi que não havia greve hoje, foi um grande alívio”, disse.

O pedreiro Valter de Lima, que mora no Jardim São Luís e trabalha perto do Aeroporto de Congonhas, também enfrentou dificuldades retornando a pé na chuva, transformando uma caminhada que costuma levar 45 minutos em uma longa jornada de 3 horas na terça-feira.

No Terminal João Dias, a doméstica Glaudeci de Jesus, 55 anos, relatou que o terminal estava vazio no dia da greve. “Saí do trabalho às 17h e só cheguei em casa quase às 21h”, afirmou.

A paralisação dos motoristas e cobradores dos ônibus foi encerrada na noite de quarta-feira (9/12), após um encontro entre as empresas e o prefeito Ricardo Nunes (MDB) na prefeitura. As empresas garantiram que o décimo terceiro salário, que estava atrasado e motivou a greve, será pago até o dia 12 deste mês.