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Fiscal usava registro de CAC para fornecer armas ao Comando Vermelho na guerra contra o PCC

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Márcio José Gomes, conhecido como Alemão, ex-fiscal da Prefeitura de Rio Claro (SP), foi identificado em documentos do Ministério Público de São Paulo (MPSP) como responsável por utilizar o registro legal de Caçador, Atirador Desportivo e Colecionador (CAC) para adquirir armas e desviar para o Comando Vermelho (CV).

Para isso, ele simulava furtos, atuando em meio ao conflito entre a facção fluminense e o Primeiro Comando da Capital (PCC) no interior paulista.

Márcio foi morto em uma suposta troca de tiros com policiais militares na manhã de quinta-feira (11/12), durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em sua residência, em Rio Claro. A operação foi feita pelo Grupo que Investiga o Crime Organizado (Gaeco), com apoio da Polícia Militar.

Relatórios do Gaeco obtidos pelo Metrópoles mostram que embora formalmente autorizado a comprar armas como CAC, Márcio usava essa autorização para integrar a logística do CV na disputa armada com o PCC na região de Rio Claro.

Segundo as investigações, as armas eram adquiridas legalmente e registradas em seu nome, mas depois desviadas para o crime organizado.

Um dos métodos era simular furtos, declarando parte do armamento como roubado em situações que, segundo os investigadores, despertam dúvidas. Esse ciclo envolvia aquisição legal, comunicação de furto e reutilização das armas para ações criminosas, alimentando a violência das facções rivais.

A denúncia do Gaeco destaca que Márcio e outro associado atuavam na base da estrutura criminosa, fornecendo e guardando armamentos e munições.

Ele aparece em vários registros policiais, ora como vítima de furto, ora como acusado de porte ilegal, receptação, roubo e associação criminosa.

Entre os casos destacados, está um roubo ocorrido em 17 de dezembro de 2019 contra o então presidente da Câmara Municipal de Rio Claro, André Luís de Godoy. Márcio foi indiciado por planejar e organizar o crime, que envolveu criminosos que se passaram por agentes federais e usaram veículo clonada da Polícia Federal.

O Gaeco também aponta que Márcio mantinha ligações com integrantes do CV, oferecia abrigo a procurados, ostentava armas e realizava disparos para intimidar. Ele tinha relação com Dé Zoião e outros membros da célula local, como Anderson Ricardo de Menezes, conhecido como Magrelo, que se intitulava novo Marcola.

Segundo a apuração, Márcio atuava como elo de ligação entre o mercado formal de armas e o conflito entre as facções no interior paulista, facilitando o fornecimento de armamento para a disputa criminosa.

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