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Flávio Bolsonaro afirma ser uma versão mais moderada do pai após encontro com empresários
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro e pré-candidato à presidência, retomou nesta quarta-feira, 17, sua agenda na Faria Lima, buscando apoio do empresariado paulista e do setor financeiro. Durante o encontro, destacou que representa uma versão mais moderada do seu pai, prometeu autonomia para a equipe econômica em seu governo e ressaltou a crescente viabilidade de sua candidatura conforme pesquisas.
“Sempre desejaram um Bolsonaro mais moderado, e essa é a minha essência. Sou esse Bolsonaro equilibrado e centrado, e espero que isso inspire confiança na população para que possamos apresentar o melhor projeto para o Brasil”, declarou o senador ao término do evento.
Flávio viajou de Brasília até São Paulo perto do meio-dia e participou de um encontro fechado com cerca de 40 empresários, descrito por sua assessoria como uma reunião com o mercado. O evento, organizado por Gabriel Rocha, sobrinho de Flávio Rocha, presidente do conselho do grupo controlador da Riachuelo, teve início com atraso de três horas devido à votação do PL da Dosimetria na CCJ do Senado.
O tour tem o objetivo de tranquilizar os diversos setores sobre a harmonia entre a família Bolsonaro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e líderes de partidos do Centrão, como União Brasil, PP, MDB e PSD. O público presente é considerado formador de opinião no mercado financeiro, interessado em propostas firmes na segurança pública e liberalismo econômico, com compromisso de equilíbrio fiscal.
Uma pesquisa recente do Instituto Gerp, preferida pelos aliados de Flávio, aponta um cenário técnico empatado com Lula no segundo turno, com mais de 40% dos votos válidos, gerando repercussão no mercado.
Outra pesquisa da Genial/Quaest, divulgada na segunda-feira, apresenta números mais alinhados com outras sondagens. Flávio lidera entre governadores de direita, incluindo Tarcísio, embora este último não deva concorrer. No confronto direto, Lula mantém vantagem de 10 pontos percentuais. Segundo a Quaest, o petista possui 46% das intenções contra 36% de Flávio. Com Tarcísio, o resultado é 45% a 35%.
Os índices mostram alta rejeição a Flávio, com 60% dos eleitores que não votariam nele, enquanto apenas 12% desconhecem sua figura. Lula tem 54% de rejeição e 2% de desconhecimento, e Tarcísio conta com 28% de desconhecimento e 47% de rejeição.
No início do movimento de aproximação com empresários, Flávio almoçou no Banco UBS com empresários como Flávio Rocha e Richard Gerdau, além do ex-presidente do BNDES, Gustavo Montezano, tendo como intermediário Filipe Sabará, ex-secretário de João Doria e coordenador de campanha do ano anterior.
Apesar do ceticismo de gestores no mercado, o senador garantiu que adotará uma postura liberal em economia, semelhante à de Paulo Guedes, ex-ministro da economia, e iniciou a campanha com uma base sólida para buscar o segundo turno.
Muitos especialistas consideram que Tarcísio de Freitas tem maior potencial eleitoral. A rejeição a Flávio justificou a queda na Bolsa e a alta do dólar no dia do anúncio da sua candidatura.
Ao buscar diálogo com o mercado, Flávio distancia-se da imagem anti-establishment defendida por seus irmãos, Eduardo e Carlos Bolsonaro, e mantém relações com partidos do Centrão, demonstrando capacidade de articulação e viabilidade política.
Flávio Rocha doou R$ 66 mil para o senador Rogério Marinho (PL-RN) na última eleição, valor semelhante ao repassado por outros familiares, enquanto Gabriel Kanner realizou doação de R$ 21 mil para o ex-presidente Bolsonaro.

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