Centro-Oeste
Fonoaudióloga se espanta com recuperação de jovem após coma

Mesmo depois de passar por uma cirurgia neurológica de altíssimo risco, a estudante Maria Eduarda Mesquita Resende, 18 anos, surpreendeu a equipe médica ao começar a responder aos primeiros estímulos fonoaudiológicos menos de 24 horas após a retirada do tubo.
Internada na UTI do Hospital Santa Luzia desde o dia 15, ela foi atropelada enquanto atravessava uma faixa de pedestres no Guará 2 e ficou cerca de oito dias em coma induzido devido a um inchaço cerebral.
Os médicos do plantão, Ana Caroline e Daniel Ferreira, explicam que o trauma afetou ambos os hemisférios do cérebro, o que normalmente compromete funções vitais como consciência, fala e mobilidade.
No caso de Maria Eduarda, as três partes do crânio removidas foram temporariamente colocadas no abdômen para preservar os ossos até a reconstrução do crânio. A gravidade do quadro faz com que a recuperação dela seja vista por profissionais e familiares como um milagre.
“Ela é o orgulho do hospital, toda a equipe do Hospital Santa Luzia acompanha ela com muito amor e cuidado”, afirma a mãe.
A reabilitação teve início pela fonoaudiologia, uma etapa essencial no cuidado de pacientes com lesões neurológicas severas. A fonoaudióloga responsável, Cristiane Alves, descreveu a resposta da jovem como surpreendente.
“Ela está progredindo, tentando se comunicar. Todos os comandos simples que pedimos para testar força e mobilidade, ela conseguiu executar. Começamos com estímulos para a deglutição e para reforçar a força da tosse”, explicou.
Apesar da fragilidade, Maria Eduarda já tenta recuperar a fala. “Ela já quer se comunicar verbalmente. Tentou até dizer ‘tudo bem’. Está evoluindo”, acrescentou Cristiane.
A família ressalta a importância das doações de sangue, que continuam sendo necessárias para Maria Eduarda e outros pacientes em estado grave. As doações podem ser feitas no Banco de Sangue de Brasília, localizado no Centro Clínico Advance (915 Sul, 2º subsolo), de segunda a sábado, das 7h às 12h30. É necessário agendar pelos telefones (61) 99939-2799 ou (61) 3011-7531.
Relembre o caso
Maria Eduarda foi atropelada por volta das 11h40 do dia 15, ao atravessar a QE 30 do Guará 2 para ir à academia. Ela já havia passado pela primeira faixa de pedestres quando um Hyundai IX35, em baixa velocidade, a atingiu.
O motorista, identificado como Gentil Caetano de Souza Filho, 55 anos, parou para prestar socorro e acionou o resgate, permanecendo no local durante o atendimento.
“Ele não teve culpa, e sei que está tão abalado quanto nós. Não estamos acusando ninguém, apenas queremos salvar minha filha”, afirmou Ana Paula.
Quando foi atendida, Maria Eduarda ainda estava consciente, porém seu estado piorou rapidamente no hospital devido ao inchaço cerebral. Ela precisou passar por uma cirurgia de emergência no crânio e ficou em coma induzido por cerca de uma semana.

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