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Fortes chuvas vão continuar no Distrito Federal até março
Por causa do bom volume de chuvas recente, os principais reservatórios do DF crescem em ritmo acima das expectativas
Os temporais que caíram no Distrito Federal nos dois últimos dias devem se repetir até a primeira quinzena de março. Graças a dias assim, choveu em três semanas o esperado para o mês todo. O observatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) no Sudoeste registrou acúmulo de 217,5 milímetros, o mesmo estimado para os 28 dias de fevereiro, de acordo com a média histórica.
Para esta terça-feira (22/2), a previsão é de ainda mais chuva. Segundo o Inmet, o tempo continua nublado a encoberto com possibilidade de trovoadas isoladas. A temperatura varia entre 17°C e 28°C.
A meteorologista Morgana Almeida, do Inmet, explica que o DF entrou em um corredor de umidade nesta semana: a Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Trata-se de uma faixa de nebulosidade que se estende do sul da Amazônia até o litoral da região Sudeste. “É o principal fenômeno causador das chuvas no Brasil no verão”, comentou a especialista. A partir de domingo, as nuvens devem se dissipar um pouco, mas a previsão de pancadas de chuva está mantida.
Desde a volta definitiva da estação chuvosa, em novembro, só em janeiro o volume de chuvas acumulado não correspondeu às expectativas. Isso depois de um ano de seca. Em 2017, o total acumulado pelo DF ficou 15,46% abaixo dos 1.504,6mm aguardados para o ano, o que levou à decretação do rodízio no abastecimento de água.
A partir da segunda quinzena de março, chuva e sol devem se alternar até meados de maio, quando costuma começar o período seco no DF. Não há previsão de chuva alguma para agosto — o único mês em que o Inmet tem índice médio pluviométrico na série histórica. Porém, no ano passado, não choveu em junho, nem em julho, e Brasília ficou mais de 100 dias consecutivos na seca.
Reservatórios
Por causa do bom volume de chuvas recente, os principais reservatórios do DF crescem em ritmo acima das expectativas. O nível da represa do Descoberto atingiu 54,2% na medição de ontem à tarde. A Agência Reguladora de Águas, Energia e Esgoto (Adasa) esperava que esse valor só fosse anotado em maio, mês considerado chave para a definição das políticas de recursos hídricos durante a estiagem. Isso representa, ainda, um aumento de quase 50 pontos percentuais em 116 dias. Em 7 de novembro, a barragem do Descoberto marcava apenas 5,3% da capacidade.
Também na análise de ontem, o Santa Maria estava com 40,4% da capacidade, 4,4 pontos percentuais a mais do que o valor de referência para fevereiro. A represa localizada no centro do Parque Nacional de Brasília aumenta e diminui de volume mais lentamente porque o lago é irrigado por menos afluentes do que o Descoberto, que fica em uma bacia maior. Mesmo com a melhora, a Adasa e a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) não falam em fim do racionamento.
Recorde histórico
Em fevereiro do ano passado, o Inmet registrou 258,4mm, 18,8% acima da média. Não há como saber, ainda, se esse valor vai ser superado neste ano. Difícil será atingir os 460,4mm registrados pelo Inmet no mesmo mês de 1980, o fevereiro mais chuvoso do Distrito Federal.
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