Fórum nacional destaca importância do Nordeste para investimentos

A Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE) realizou no Recife, na última quarta-feira (17), o “Fórum Debate ABDE – Nordeste: Oportunidades de Investimentos e Desafios Regionais”.

Durante o evento, representantes do setor público, privado e instituições financeiras defenderam a necessidade de acelerar os investimentos e ampliar o crédito para impulsionar a economia da região Nordeste e diminuir as desigualdades.

O fórum foi organizado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sebrae-PE e a Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan).

Maria Fernanda Coelho, presidente da ABDE e diretora de Crédito Digital para Micro e Pequenas Empresas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que é natural de Pernambuco, ressaltou a relevância do evento focado em acelerar a agenda de investimentos no Brasil, com atenção especial para a indústria no Nordeste.

Ela destacou a importância de alinhar o Brasil às economias emergentes que operam com taxas de investimento superiores a 20%. Recordou que, entre 2009 e 2014, o país atingiu esse patamar.

Maria Fernanda também mencionou a retomada dos programas governamentais de fomento, como o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa Minha Vida, Nova Indústria Brasil (NIB) e Plano Safra, fundamentais para expansão dos investimentos públicos e privados a partir de 2023.

Ela observou que a economia atual apresenta redução na taxa de desemprego para 5,2%, safra agrícola recorde de 350 milhões de toneladas, além de aprovação de recursos para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Plano Brasil Soberano, que deve disponibilizar recursos significativos.

A presidente da ABDE enfatizou o papel do sistema bancário no Nordeste, destacando investimentos em saneamento básico estimados em R$ 100 bilhões para ampliar acesso à água e melhorar a qualidade de vida, fortalecendo a resiliência climática das cidades.

Murilo Guerra, superintendente do Sebrae Pernambuco, frisou a importância de apoiar os pequenos negócios, que formam a base do desenvolvimento local.

Ele explicou que pequenas empresas representam 40% dos empregos e do PIB brasileiro, contando com 90% dos empreendedores.

Carla Novaes, presidente da Agência de Empreendedorismo de Pernambuco (AGE), reiterou o potencial do Nordeste em setores como indústria, turismo, agricultura e tecnologia, e o trabalho da AGE para facilitar o acesso ao crédito nas 12 regiões de desenvolvimento.

Tânia Barcelar, sócia-diretora da Ceplan, destacou o crescimento econômico da região, acima da média nacional, mas apontou que o Nordeste ainda representa 27% da população e apenas 15% do PIB nacional. Ressaltou a necessidade de priorizar investimentos e a liderança do Nordeste na transição para fontes de energia renovável.

Bruno Veloso, presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), afirmou que, em 2024, Pernambuco cresceu 4,6%, superando a média do país, e que é preciso aumentar o financiamento para alavancar esse crescimento.

Elias Ramos de Souza, diretor de Inovação da Finep, informou que para corrigir o histórico de subinvestimento no Norte e Nordeste, o InovaCred destinou R$ 30 milhões para essas regiões em 2024, ultrapassando investimentos anteriores e potencializando novos recursos.

Hugo Queiroz, superintendente do Banco do Nordeste (BNB), reforçou a importância de definir estratégias objetivas para o desenvolvimento de Pernambuco, destacando os R$ 48 bilhões previstos para aplicação pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em 2024.

Francisco Ferreira Alexandre, superintendente da Sudene, comentou que a entidade promove o desenvolvimento regional por meio da reestruturação do FNDE para ampliar investimentos e citou os resultados de 2024, incluindo pleitos de incentivos fiscais, projetos de implantação e modernização que geram milhares de empregos e investimentos bilionários.

Ele salientou a importância da chegada da Transnordestina ao porto de Suape como estratégia para melhorar o escoamento da produção.

José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, elogiou o papel da ABDE como articuladora das instituições financeiras de fomento e reforçou que países só crescem com políticas públicas e bancos públicos atuantes.

João Paulo Lima e Silva, deputado estadual, ressaltou os incentivos recebidos pelo Nordeste para desenvolvimento, capacitação, infraestrutura e inclusão social, destacando projetos estratégicos como a Transnordestina e a transposição do Rio São Francisco.

Ele afirmou que o momento atual deve ser aproveitado ao máximo para promover avanços na região.