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França e Alemanha pedem à UE que negocie com EUA sobre tarifas

França e Alemanha solicitaram neste sábado que a União Europeia inicie negociações com os Estados Unidos após o presidente Donald Trump ameaçar impor tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto.
O presidente francês, Emmanuel Macron, expressou uma forte desaprovação em relação à decisão de seu colega americano e afirmou que a UE deve estar pronta para responder a essas tarifas com medidas retaliatórias.
Macron destacou que a UE tem mantido negociações com Washington baseadas em uma proposta sólida e de boa fé, e que cabe à Comissão Europeia assegurar que os interesses europeus sejam protegidos com firmeza.
Ele pediu que a Comissão Europeia acelere a preparação de medidas de resposta eficazes, utilizando todos os recursos disponíveis, caso não seja possível alcançar um acordo com os EUA antes do início das tarifas.
Por sua vez, a ministra da Economia da Alemanha, Katherina Reiche, reforçou a necessidade de negociações pragmáticas para resolver os principais pontos de conflito entre a UE e os Estados Unidos.
A Alemanha é um dos países mais afetados pela ofensiva comercial americana, com sua economia fortemente ligada às exportações para os EUA, especialmente nos setores químico, farmacêutico, automotivo, siderúrgico e de máquinas.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou que o bloco está ciente da carta do presidente americano e alertou que as tarifas anunciadas prejudicarão empresas, consumidores e pacientes de ambos os lados do Atlântico. Embaixadores da UE devem se reunir para discutir a questão.
Von der Leyen afirmou que a UE continua aberta a negociar até 1º de agosto, mas também está preparada para proteger seus interesses, inclusive por meio de respostas proporcionais, se necessário.
Em resposta à mensagem de Trump nas redes sociais, a Federação das Indústrias Alemãs (BDI) pediu que EUA e UE encontrem soluções conjuntas, destacando que a ameaça de tarifas é um alerta para a indústria dos dois continentes.
Na Itália, o sindicato agrícola Coldiretti estima que as tarifas de 30% podem causar prejuízos de até 2,3 bilhões de euros (2,68 bilhões de dólares) para as famílias americanas e para a indústria agroalimentar italiana.

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