Frases marcantes do voto de Moraes no STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes utilizou expressões de impacto para enfatizar a seriedade das provas e das ações dos réus durante o julgamento da trama golpista nesta terça-feira.

Ao examinar um documento produzido pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, Moraes frisou que a mensagem não foi escrita por um “delinquente do PCC para outro”.

— Esta mensagem não é de um delinquente do PCC para outro. É uma mensagem do diretor da Abin para o então presidente da República — declarou o ministro. O documento denominado “Presidente TSE” listava várias supostas fraudes nas urnas eletrônicas e havia sido enviado por Ramagem ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Refutando os argumentos da defesa de Ramagem, Moraes afirmou que anotações com teor golpista não podem ser encaradas apenas como “uma espécie de meu querido diário”. Os advogados do ex-diretor da Abin tentaram minimizar o conteúdo desses documentos, alegando que eram apenas para consumo pessoal.

— O réu Ramagem confirmou que o documento onde foi encontrado esse arquivo digital era de sua autoria, ressaltando, contudo, que as anotações eram apenas particulares, uma espécie de diário pessoal — rebateu o ministro do STF.

Alexandre de Moraes também aproveitou para responder às críticas feitas por advogados em relação à sua postura como relator do processo da trama golpista. Segundo ele, um juiz não deve agir como uma “samambaia jurídica” durante o andamento do caso.

— A ideia de que o juiz deve permanecer passivo e inerte durante o processo, como uma samambaia, não tem relação alguma com o sistema judicial. Essa é uma alegação absurda. Não cabe a nenhum advogado restringir a quantidade de perguntas que um juiz deve fazer — afirmou Moraes, respondendo às críticas de que teria agido como delegado durante os interrogatórios.